
Elenco e diretores de Jogo Cruzado comentam reflexões importantes que a série traz: - Tem essa originalidade
07/Jul/
A Disney+ estreia na próxima quarta-feira, dia 9, a série Jogo Cruzado. A produção, protagonizada por José Loreto e Carol Castro, tem direção-geral de Pedro Amorim e direção de episódio de Maria Farkas. Com um total de oito episódios, ela chega abordando a relação entre a jornalista Elisa e o polêmico jogador de futebol Matheus, que logo de cara já se tornam inimigos declarados, mas por ironias do destino acabam apresentando um programa de esportes juntos.
Pedro Amorim destacou em coletiva de imprensa, da qual o ESTRELANDO fez parte, que o ponto mais atrativo da série é justamente ser a primeira obra de ficção a mostrar os bastidores do jornalismo esportivo.
- É uma coisa que nunca foi feita no Brasil, uma ficção sobre os bastidores do jornalismo esportivo. A série tem essa originalidade. E também [fala sobre] a vida de um jogador ostentação. Tem esse encontro.
O elenco da produção refletiu sobre como ela chega levantando várias pautas importantes e levando mo telespectador a refletir sobre a vida de atletas e repórteres. Carol Castro, por exemplo, comenta como a sua personagem passa por várias críticas de seu chefe logo no primeiro episódio e precisa lutar muito para conquistar um espaço no meio. Enquanto isso, também precisa lidar com uma nova colega de trabalho, a influencer Milla. Apesar disso, as duas se tornam grandes amigas.
- O chefe acaba com ela, que tem que estar bonita, magra, melhorar a voz, não ter uma voz chata, como criticam muito quando é uma mulher narrando o jogo, etc. Ela tem não sei quantos seguidores, além de tudo está fazendo uma dancinha no tiktok e rebolando a bunda. Realmente é um lugar em que você fica muito indignada e revoltada, porque a gente estuda, se prepara, se dedica e vê lugares sendo tomados por pessoas que não tem preparo. Essa série, inclusive, tem muitas críticas maravilhosas, não só através da minha personagem, mas dos jogadores. São pautas bem sensíveis mesmo.
E completa:
- A Elisa está em uma situação em que precisa cuidar do pai dela, que é um jornalista renomado. Ela realmente nunca chantageou, foi chantageada e aquilo poderia realmente mudar a vida dela. Eu tenho isso como essência, nunca passei por cima de ninguém, nunca me vendi, nunca fui pelo caminho mais fácil. A Elisa está nesse lugar e como muitas mulheres aqui a gente vê que a gente realmente precisa andar quilômetros extras carregando coisas para tentar chegar dando saltos e tendo que estar. Acho importante a gente falar sobre isso e sobre esse lugar de não perder a sua essência pelo caminho mais fácil.
E por falar em Milla, a atriz Aline Dias comenta como a sua personagem vai muito além de uma simples influencer dona de milhões de seguidores.
- Defendendo a Milla, ela é autêntica, fala sobre futebol feminino, traz esse poder e essa força da mulher. Ela fala muito sobre isso. Acho que um dos motivos pelos quais ela aceitou trabalhar lá foi muito porque ela tem uma referência da Eliza, é muito fã e sempre mostrou isso. É uma forma de ela aprender, conectar o mundo real com as pessoas reais, humanizar também.
Tentando não dar muitos spoilers, a artista conta que há uma cena muito importante sobre como ela se porta diante de uma situação desconfortável.
- Quando você está em casa e vai criar um conteúdo, é você com você. Quando é contratada por uma empresa, tem um chefe e roteiro, mas ela conseguiu manter essa autenticidade. Ela tem essa brincadeirinha com o Pira [Danilo de Moura] e o Lucca [Leandro Ramos], que conseguiu ter esse domínio com os homens héteros. Traz um pouco do assédio do trabalho, claro que a gente trouxe isso de uma forma leve, não se aprofundou muito nisso. Acredito que a Mila já tenha passado muito por isso e conseguiu dominar de forma inusitada essa situação.
Leandro Ramos surge em tela como Lucca, melhor amigo de Matheus Reis e que cuida de toda a rotina do jogador de futebol. O ator conta que a produção traz o lado humano dos craques de futebol, mostrando quem são as pessoas por trás das mega estrelas do esporte.
- Eu acho que a série coloca essa lupa de aumento na vida desses personagens e a gente faz descobrindo camadas, como o Matheus Reis, que é fanfarrão e a gente acha que é uma pessoa superficial. Quando a gente vê essas mega estrelas do futebol, esquece que eles têm problemas como os nossos, que amanhã ele pode ter problema do coração, parar de jogar e passar a ser só o Matheus, vai deixar de ser o Rei, o grande atleta. A série vem para lembrar a gente de que mesmo essas mega estrelas, no fim das contas, quando vão dormir em casa, são pessoas como a gente, que tem as mesmas inseguranças.
Ele frisa como há muita coisa acontecendo nos bastidores das vidas de atletas, bem como também há uma grande estrutura que dá suporte à indústria esportiva.
- Às vezes um problema pessoal pode atrapalhar a carreira de uma pessoa, o desempenho de um time, o pagamento dos funcionários desse clube. A gente tende a pensar que o futebol é aquele um por cento das estrelas e não é. Noventa por cento dos jogadores profissionais ganham um salário mínimo, é um número absurdo. Tem uma estrutura por trás do futebol que é feita por pessoas. Isso vale também para o jornalismo, a televisão e todo mundo que está exposto de alguma forma.
O diretor Pedro acrescente que para além de retratar as problemáticas que acompanham o futebol, também quiseram falar sobre o cotidiano dos jornalistas que ganham a vida falando sobre o esporte.
- Toca em assuntos como a depressão, a homofobia das torcidas. A gente humaniza mostrando que não é só estrelato. A mesma coisa para o jornalismo esportivo. Tem muito trabalho por trás, a galera não sabe o quanto vocês trabalham. Tem que estudar, entender para falar com propriedade e não ser só um clickbate. Você vai desglamourizando quando entende que está todo mundo na mesma, todo mundo trabalhando para caramba para fazer com que aquilo funcione, assim como a gente está fazendo a série funcionar. O interessante de mostrar os bastidores é justamente isso, você humaniza. Mostra o lado da galera, que não é um mundo encantado, é batalha.
Gabriel Santana, que interpreta o jogador Kauê, diz ter ficado feliz em poder estar em um papel que faz críticas sociais de forma leve:
- Acho que um negócio muito legal nessa série que eu acho muito precioso é que a gente faz uma comédia com muita propriedade, com várias camadas. Fiquei muito feliz de fazer, que a gente consegue tocar com uma abordagem muito leve críticas sociais e estruturas sociais muito latentes no Brasil. Através disso, do mundo do futebol, a gente consegue abordar tudo. Quando a gente começa a tocar na estrutura, a gente sai da consequência e começa a analisar a causa. É muito fácil a gente olhar só para o resultado. Justamente conseguindo mostrar a complexidade das personagens, o dia a dia delas, os problemas que enfrentam nos bastidores, o quão importante é o símbolo que elas representam no time de futebol, a gente consegue mostrar essa estrutura que é muito complexa na sociedade que a gente vive com humor. A gente passa a não endeusar mais.
O ator ainda menciona como um dos personagens levanta uma ótima reflexão antropológica.
- Inclusive, meu personagem tem um amigo na série que é antropólogo e tem uma brincadeira muito legal, só que muito estrutural. Ele está fazendo um mestrado ou pós-doutorado que compara os jogadores de futebol com deuses olimpianos, essa trajetória do herói. O que o futebol, famosos e atores representam para a nossa sociedade. É esse lugar intocável que não pode errar e se errar vai ter uma consequência enorme na sociedade, e tem mesmo, mas se a gente só analisar o resultado não entende a causa e fica muito banal. A gente passa a apontar o dedo e criticar. Acho que essa série tem todo esse poder por conta dessa humanização estrutural e mostrando a complexidade da sociedade.
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