Alli Willow fala sobre sua personagem em O Jogo que Mudou a História: - Entrei com o coração aberto
16/Set/
A série O Jogo que Mudou a História, do AfroReggae em parceria com o Globoplay, chegou em junho nos serviços de streaming e deu o que falar. O enredo conta a origem das facções do narcotráfico no Rio de Janeiro e foi inspirada em fatos reais. Ela se passa em comunidades fictícias de Padre Nosso, Parada Geral e Morro da Promessa, além do presídio de Ilha Grande, onde uma guerra que se estende às comunidades e invade até mesmo um campo de futebol com uma fatídica e trágica partida.
Alli Willow, em conversa com o ESTRELANDO, compartilhou detalhes sobre sua personagem, Irmã Emily, e também como foi trabalhar neste projeto. Segundo a atriz, a série, que conta com diversas cenas fortes, precisou de um grande preparo psicológico e ela conta qual a importância desse preparo:
- Primeiro tivemos uma preparação de ouro com Fatima Domingues, Heitor Dhalia, Isadora Ferrite, Gabriel Bortolini e trocas constantes com José Junior. A preparação traz estrutura para entrar em espaços e estados com segurança. Além disso, sinto que teve também um movimento de aceitar ser atravessada. Queria aprender e queria olhar para essa ferida coletiva. A violência também faz parte da nossa construção e um dos maiores privilégios que tive, foi de acessar esse mundo através de uma produtora como AfroReggae, que não só aponta para isso, mas também afeto, desejos, ambição, família (...) Esse trabalho me transformou muito porque entrei nele com coração aberto para aprender e interessada em ouvir, expandir.
Ela também revelou os principais desafios que sofreu ao dar vida a uma personagem tão complexa:
- O maior desafio foi encontrar o meio termo entre a sensibilidade e o envolvimento da personagem em meio à violência. Ela não pode se chocar como alguém que nunca presenciou atos violentos ou de tortura, mas não pode reagir como alguém que já está acostumado - se existe acostumar-se com violência - mas isso foi muito bem desenhado pelo José Junior e os com roteiristas: Gabriel Maria, Clara Meirelles, Bruno Passeri, Manaíra Carneiro e Bruno Paes Manso, e o diretor Heitor. Como construir essa sensibilidade de forma crível sem a confundir com o estado de choque. Ela já viu muita coisa. E lidar com o filtro Alli Willow, que naturalmente se emociona com uma folha caindo no chão.
Alli também conta que sua personagem é muito corajosa e disse que a enxerga com essa característica por conta de sua irmã:
- Uma irmã minha, me disse um dia que coragem vem da palavra coração. A força do coração. O coração dela tem força para amar em espaços violentos e enfrentar estruturas desumanas bem maiores que a dela.
Willow também fala que o público pode esperar surpresas de Emily, além de poder acompanhar a trajetória de auto descoberta dela:
- Emily segue o rumo que ela acredita e é uma personagem com um senso muito desenvolvido de justiça. Ao sair do presídio, Emily vai atrás de um amigo, de um novo caminho e se depara com sua própria natureza humana. Ela vai para ensinar moradores a ler e acaba aprendendo sobre ela mesma, seus limites, seus desejos. Ao encontrar o outro, ela abre espaço para se conhecer um pouco mais.
Ela também compartilhou sobre a primeira vez que ela sentiu que se conectou com a personagem e relatou como foi a experiência nos bastidores:
- Em um dos dias de vivência, fomos para um dos centros de triagem do RJ, e tivemos acesso ao mesmo processo que passa um visitante. Há uma máquina para escanear o corpo do visitante em que você entra e fica uns 10 minutos - posso tá enganada em relação ao tempo. Bukassa [ator que interpreta o Mestre na série] decidiu entrar e a Policial avisou que demoraria uns minutos para a máquina estar pronta. Nesse dia, tava muito quente no Rio. Os minutos pareciam durar horas e o fato de saber que Bukassa estava dentro daquela maquina, me deixou tão agoniada. Queria desmaiar, gritar, abrir a porta de qualquer jeito. Foi nesse dia que tive meu primeiro real encontro com a personagem, com o Mestre e com a solitária.
Por fim, a atriz conhecida também por Bacurau - atuação que rendeu até uma indicação de Melhor Atriz Coadjuvante pela Academia Brasileira do Cinema, em 2020 - falou sobre estar em filmes e séries tão reconhecidos e sobre o orgulho que sente sobre sua trajetória:
- Orgulho e alegria. Nossa trajetória fica notada ao fazer grandes sucessos apesar dela ser repletas de projetos menores, projetos que as vezes não atingem a visibilidade esperada e outros que nos dão ferramentas para encarar esses trabalhos maiores. A gente entrega o nosso melhor - e as vezes sem ter tanta experiência - e entrega nas mãos da direção e dos profissionais que cuidam da pós, então quando o público recebe a obra do jeito que Bacurau, O Jogo que Mudou a História, foram recebidos, a gente fica muito feliz. É tão bom trabalhar com histórias que marcam profundamente as pessoas. Lembra a gente do motivo, do propósito de contar histórias. E quando esses sucessos, vem do cinema Pernambucano e de um projeto do José Junior numa produtora que AGE como a AfroReggae, confesso, que fica completamente boba de felicidade. A minha grande alegria é que minha carreira nasceu inteiramente no Brasil então ter acesso à lugares como Cannes, Gramado, a Academia Brasileira de Cinema com projeto nacionais, é uma vitória além da conta. Tenho muita alegria ao falar que sim, nasci fora do país mas minha carreira é brasileira.
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