Um dos assuntos mais comentados nos últimos tempos é a questão racial levantada por conta da nova novela das nove da Globo, a qual se passa na Bahia, mas conta com poucos atores negros no elenco. E na noite de lançamento da nova atração, no Circo Voador, no Rio de Janeiro, não poderia ser diferente. O evento aconteceu na última terça-feira, dia 8, e as mudanças na trama depois que a Globo admitiu que haviam poucos negros no elenco foi levantado pelos atores que ali estiveram. Roberta Rodrigues, por exemplo, disparou: - Essa ausência de negros está em vários produtos e não só nessa novela. Ainda contamos com pouca representatividade. Precisamos sempre estar na luta para que a mudança aconteça. No caso de Segundo Sol, isso chamou atenção por ser na Bahia.

Fabício Boliveira, um dos grandes nomes da nova trama, também se pronunciou sobre o assunto: - Acho que tem que continuar com esses movimentos e as pessoas realmente têm que se ver na televisão. A novela está preparada para dialogar. Eu já falo isso há muitos anos. O momento agora é político e a novela estará preparada para isso. Eu acho que isso tudo está acontecendo para somar. É a força do movimento negro.

Giovanna Antonelli, protagonista de Segundo Sol, não deixou de dar a sua opinião: - Acho que isso tem que ser revisto pela sociedade. Só que não é a minha visão pessoal. A minha visão pessoal é única, ela é múltipla e eu gosto de um todo. Eu só acredito em gente junta, não importa de onde seja, de que nacionalidade e que tipo de cor. É assim que eu crio meus filhos.

Caco Ciocler foi o primeiro a tocar no assunto: - Foi muito bom isso acontecer. No dia seguinte, nós já estávamos conversando com o João Emanuel e com a direção da casa. O movimento já é concreto e já aconteceu um reconhecimento da emissora. Isso surgiu com a primeira chamada da novela, que era o núcleo principal com personagens brancos e então passou a ideia que todo mundo era assim. Depois vocês podem ver outros personagens negros e irão surgir mais no decorrer da história.

Por fim, Letícia Colin soltou o verbo: - Eu achei ótimo esse debate. Eu também sinto falta, já estive na Bahia e sei que o cenário lá é negro. Essa questão poderia ser discutida antes. Quem sabe se não fosse há cinco anos, a gente já não chegaria de outra forma na novela agora. Isso foi considerado pela direção e o que eu posso dizer é que, a partir de agora, a participação do negro será bem maior, já estou sentindo isso nas gravações.