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O Mecanismo está de volta! Nesta sexta-feira, dia 10, a Netflix disponibilizou a segunda temporada da série brasileira inspirada nas investigações da Operação Lava Jato. Dessa vez, a nova leva de episódios segue os acontecimentos políticos de 2014, com a presidente Janete Ruscov ainda no poder, mas enfrentando o processo de impeachment, e com 12 dos 13 maiores empreiteiros do Brasil já presos pela polícia federal brasileira. A força-tarefa, agora liderada pela delegada Verena, personagem de Caroline Abras, busca prender o mais importante deles, Ricardo Brecht, interpretado por Emílio Orciollo Netto. Já Marco Ruffo, vivido por Selton Mello, está na caça por Ibrahim, o doleiro interpretado por Enrique Díaz. A seguir, saiba o que esperar da nova temporada!
Divulgação - Netflix - Bruna Prado
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Se depender da nova abertura do seriado, você ficará empolgado logo no início! Isso porque, José Padilha, criador, produtor executivo e diretor da série, deixou para trás a abertura sem graça da primeira temporada e apostou na exibição de imagens dos verdadeiros políticos, empreiteiros e grandes figurões brasileiros investigados pela Lava-Jato ao som do samba Reunião de Bacanas, com o famoso refrão Se gritar pega ladrão/Não fica um meu irmão/Se gritar pega ladrão/Não, não fica um. Uma decisão muito mais assertiva e que dá uma animada numa produção que narra acontecimentos tão intensos e decisivos no Brasil.O diretor garante que a nova abertura não foi uma resposta às críticas da temporada anterior e reafirma: -O mecanismo não tem ideologia. Entre as condições necessárias para alguém concorrer à Presidência da República no Brasil, está a participação no Mecanismo, disparou ele durante o evento de lançamento da série.
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Sendo uma resposta às críticas ou não, a série é mais assertiva e equilibrada nesta temporada, não focando apenas em um partido político, mas atirando para todos os lados. E apesar da investigação ser o foco central da trama, Padilha parece deixar mais claro dessa vez que a força tarefa comandada pela delegada Verena foi usada para fins políticos, inclusive pelo Juiz Rigo, personagem de Otto Jr, o que dá um novo tom para a produção.
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Marco Ruffo continua aposentado da polícia federal, mas a caça do delegado por Ibrahim segue ainda mais intensa na segunda temporada da série. A obsessão de Ruffo por prender o doleiro é tão importante para a trama quanto as investigações da delegada Verena e coloca Ruffo numa posição ainda mais frágil quando vê que sua relação familiar mais abalada do que nunca por causa de suas atitudes profissionais para lá de inconsequentes. Como Selton Mello mesmo disse ao ESTRELANDO, o delegado é um sem noção, mas parte dessa interpretação faz com que a série se torne mais polêmica na segunda temporada e também mais emocionante e emotiva, já que Ruffo precisa decidir de uma vez por todas: seguirá tentando fazer justiça para sempre ou irá viver em paz com sua esposa e filha?
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Carol Abras traz uma delegada ainda mais forte para a segunda temporada! Enquanto Verena era uma policial ingênua e muito influenciada pelo chefe, Marco Ruffo, na primeira temporada, nos novos episódios, a delegada assume de vez a investigação da Lava Jato e toma decisões para lá de importantes para a trama, sem deixar sua vida pessoal de lado. Verena ganha espaço em um universo predominantemente masculino e faz sua voz ser ouvida por todos, inclusive nas questões amorosas, que também são solucionadas. A atriz, claro, comemora a oportunidade de ser a responsável por colocar a imagem feminina em cena e sem a necessidade de ser sexualizada, como ela mesmo declarou.
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O telespectador pode ficar tranquilo, pois a narração de Selton Mello também está muito melhor nesta temporada. Ruffo divide a narração com Verena, personagem de Carol Abras, e suas falas são muito mais poéticas do que na primeira temporada. O poeta Augusto dos Anjos, por exemplo, é bastante citado na narração de Ruffo. Como você viu no ESTRELANDO, o próprio ator admitiu que sua voz foi prejudicada por conta de uma mixagem de som da produção da série. No entanto, o mesmo não acontece nos novos episódios. Padilha ainda aproveitou para defender o ator, que não teve culpa por não ser ouvido: - Como o Brasil começou a fazer série depois, as pessoas não se deram conta de que iam assistir à série no iPhone. Eles mixaram para Dolby 5.1, no cinema. Quando você vê isso no iPad, mata o microfone do meio, e as pessoas ficam com a impressão de que o Selton fala baixo.
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Curitiba continua sendo o cenário central da série, afinal, as investigações estão a todo vapor, já que o foco da delegada Verena é conseguir prender Ricardo Brecht, a qualquer custo. Brasília também segue como pano de fundo para a série, mas uma viagem de Ruffo para o exterior que traz para a trama um lado ficcional mais instigante do que os fatos reais exibidos. Os acontecimentos que se seguem da metade para o final da temporada acabam dando um tom mais tenso à produção e, com certeza, surpreende quem esperava apenas só por cenas de teor político.
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A atuação de Emilio Orciollo Netto também está entre os pontos altos da nova temporada. O ator dá vida a Ricardo Bretch, um dos maiores e importantes empreiteiros do Brasil que está por trás de todo o esquema de corrupção. Nos episódios, a polícia federal tenta a todo custo encontrar provas para prendê-lo e, quando consegue, o ator dá show na prisão. Meticuloso, obstinado e para lá de poderoso, Bretch é um personagem que exigiu bastante dedicação de Emilio. Durante coletiva de imprensa, o ator confessa que houve um desgaste emocional bem grande para dar sequência ao papel e até chegou a emagrecer durante os seis meses de gravações. Sempre muito paciente e centrado, Bretch acaba perdendo a cabeça à certa altura da trama e Emilio sabe muito bem quando traduzir o sentimento de frustração do influente empreiteiro, que beira à sociopatia.
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O personagem de Jonathan Haagensen ganha mais força nesta temporada! Interpretando o policial Vander, o ator possui mais espaço para mostrar seu trabalho em cena. Além do envolvimento do policial com a delegada Verena, Vander também protagoniza uma cena forte da temporada: quando efrenta uma crise de consciência ao ser escalado para fazer a condução coercitiva de Gino, ex-presidente do Brasil, interpretado por Arthur Khol.
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Enrique Diaz também é show a parte em cena! Se Selton Mello traz Marco Ruffo mais emotivo e vivendo com as emoções à flor da pele, Ibrahim está ainda mais sarcástico e ciente de qual é sua importância no mecanismo de corrupção, o que dá um tom ainda mais provocador para o delegado aposentado obstinado em prender o doleiro. Bela dupla em cena!
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Mas não espere por diálogos muito profundos. Assim como acontece na primeira temporada, os atores possuem falas rasas, que não dão margem para grandes reflexões de um tema tão importante para os brasileiros nos últimos anos. As tentativas de criar frases de efeito são grandes, mas não bem sucedidas para a história de peso. É preferível dar atenção ao núcleo político, que acaba divertindo mais o telespectador que associa os personagens à realidade. Os últimos episódios, dirigidos por Daniel Rezende, diretor de Bingo - O Rei da Manhã, mostram claramente as articulações políticas de Lúcio Lemes e Thames, que na primeira temporada não ganharam foco, mas nesta, com um novo tom, acabam revelando o outro lado da história.
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