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Divulgação-TV Globo Flávio Migliaccio, que se consagrou tanto no teatro como na televisão, morreu nesta segunda-feira, dia 4, aos 85 anos de idade. O ator foi encontrado morto em seu sítio e ainda não se sabe a causa de sua morte. Nascido em 15 de outubro de 1954 em São Paulo, no bairro do Brás, ele começou a se dedicar à profissão de ator trabalhando em peças de teatro na periferia da capital paulista. Mesmo participando de grupos de teatro, ele teve que trabalhar como balconista e mecânico, para complementar a renda. Foi só em 1954, após realizar o curso do diretor italiano Ruggero Jacobbi, que Flávio se profissionalizou no Teatro de Arena. Seu primeiro papel, inclusive, foi o de um cadáver, na peça Julgue Você: - Quando cheguei ao Teatro de Arena, Zé Renato quis fazer um teste comigo. Fui aprovado e, todo contente, perguntei qual papel iria fazer. Ele falou: De morto. Eu não morria em cena, não. Quando acendiam as luzes, eu já estava morto. Eu nem teria aquele famoso morri em cena. Mas fiz esse papel com tanta determinação que tinha que dar certo. Outro poderia ter desistido da profissão com esse papel. E ainda tinha pulga no Teatro Arena, disse, em entrevista.
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Divulgação-TV Globo Já na TV, na extinta Tupi, ele ficou de 1958 a 1959 trabalhando no Grande Teatro Tupi, um programa que adaptava famosas peças de teatro para a televisão. Com direção de Sérgio Britto, a grande maioria das peças ganhavam versões feitas por Manoel Carlos.
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Divulgação-TV Globo Em 1972, ele atuou na novela O Primeiro Amor, de Walther Negrão, mas também viveu o Xerife em Shazan, Xerife e Cia., um seriado voltado para o público infanto-juvenil. Esse é um dos papeis mais marcantes do ator: - O público imediatamente adotou os dois personagens. A partir daí, passei a viver com uma criança no colo. Isso foi incrível! Eu não ficava mais sem uma criança pulando no meu pescoço, contou.
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Divulgação-TV Globo Dois anos depois, ele esteve na novela Corrida do Ouro e, em 1975, em outra trama global, O Grito.
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Divulgação-TV Globo Em 1976, se dedicou a outras duas novelas: Duas Vidas, em que viveu Túlio, e O Casarão, interpretando o Coringa. No ano seguinte, ele foi Nestor da Silva, o Neco, em O Astro.
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Divulgação-TV Globo Outro trabalho marcante de Flávio foi em As Aventuras com Tio Maneco. Ele viveu o protagonista, o tio Maneco, que levava seus três sobrinhos para viver grandes aventuras.
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Divulgação-TV Globo Já em Pai Herói, novela de 1979, ele viveu Genésio Camargo; dois anos depois, ele teve outro período que gostou de destacar em sua carreira: quando atuou no humorístico Viva o Gordo, apresentado por Jô Soares: - Foi uma experiência maravilhosa. Porque tinha humor na criação, o ambiente de trabalho era muito gostoso. Era tudo trabalho de equipe, gostoso de fazer. Eu fazia alguns quadros fixos. Fiz simplesmente uma árvore. Era difícil vestir aquela roupa de árvore, mas nunca reclamei, conta, pontuando que chegou a redigir quadros para o programa, assim como para Chico Anysio, no Chico Anysio Show.
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Divulgação-TV Globo Em 1983, se dedicou à Parabéns pra Você. Em 1989, atuou em O Salvador da Pátria, mas foi no ano seguinte, em 1990, que ele trabalhou em outra grande novela: Rainha da Sucata, como o Osvaldo Moreiras, o Seu Moreiras.
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Divulgação-TV Globo Um ano depois, ele foi Cornélio em O Sorriso do Lagarto e, em 1992, viveu Venâncio Falcão em Perigosas Peruas. Ainda em 92, ele participou de cinco episódios de Você Decide.
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Divulgação-TV Globo O único trabalho de Flávio na TV em 1994 foi como o Padre Gerônico em Incidente em Antares. No ano seguinte, esteve em A Próxima Vítima, no papel de Vitório Giovanni, o Vitinho.
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Divulgação-TV Globo Em 1996, participou de outro programa infantil, o Caça Talentos, no papel de Jazão. Um ano depois, foi o Peninha, em O Amor Está no Ar, e ainda atuou em Sai de Baixo, vivendo o personagem Pestana. No ano seguinte, atuou no filme Menino Maluquinho 2 - A Aventura.
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Divulgação-TV Globo Revivendo Xerife, ele fez uma pequena participação em Era uma Vez..., em 1998, novela também de Walther Negrão, assim homenageando os 25 anos dos dois personagens tão queridos pelo público.
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Divulgação-TV Globo Já em 99, foi Caju, em Torre de Babel. Naquele mesmo ano, foi Vaga-Lume em Chiquinha Gonzaga, minissérie que retratou a vida da compositora Chiquinha Gonzaga.
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Divulgação-TV Globo Dois anos depois, ele foi Barnabé em As Filhas da Mãe, que também trazia no elenco grandes atores como Fernanda Montenegro, Francisco Cuoco, Cláudia Raia, Thiago Lacerda e Raul Cortez. No mesmo ano, ele ainda fez parte de Brava Gente.
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Divulgação-TV Globo Em 2004, ele se dedicou a dois papeis conhecidos: na pele de Iaú em Sítio do Picapau Amarelo e como o Seu Jacques, em Senhora do Destino. No ano seguinte, foi o Velmiro em América.
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Divulgação-TV Globo Após Duas Caras e Sete Pecados - e do filme Os Porralokinhas em que ele reviveu Tio Maneco -, ele se destacou como o indiano Karan, em Caminho das Índias, novela de 2009 de Gloria Perez. Em entrevista, ele disse que dava ideias e palpites para os autores e até mesmo chegou a ajudar em figurinos de seus personagens: - Eu não fico chateado por pegar um papel pequeno. A única coisa que me incomoda na televisão é a falta de humor do diretor e da equipe. Eu gosto de brincar, de ficar num ambiente alegre.
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Divulgação-TV Globo Na pele de Fortunato da Silva, ele atuou em Passione, trama de 2010. No ano seguinte, esteve em Tapas & Beijos. Nessa mesma época, se dedicou à peça O Criador de Monstros e se afastou um pouco das telinhas. Flávio só foi voltar mesmo para a TV em Êta Mundo Bom!, como o Dr. Josias, em 2016.
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Divulgação-TV Globo Dois anos depois, fez uma participação em Malhação: Vidas Brasileiras, como Roberto Santos. No ano seguinte, foi Mamede, em Órfãos da Terra e, em 2016, participou de Êta Mundo Bom!. O seu último papel foi no filme Jovens Polacas, de 2019.