Priscila Oliveira
Em julho de 2008, quando lançou
Chamas da Vida na
Record com o desejo de incendiar o coração das pessoas, Cristianne Fridmann estreava também no
hall de novelistas mulheres que escrevem para o horário nobre. Ao lado de Glória Perez, autora de
Caminho das Índias, da
Globo, a roteirista é uma das poucas a conquistar tal feito e se orgulha muito de desempenhar tal papel no Brasil, muito embora não alimente qualquer disputa com os colegas, homens, de profissão.
- Olhando pra trás, vendo a história, é uma honra e um prazer enorme ser roteirista no nosso país, contou em entrevista exclusiva para o
ESTRELANDO.
Na vice-liderança do
Ibope, a escritora assina sua segunda novela como titular na casa, a primeira foi
Bicho do Mato - que começa a ser reprisada na próxima semana -, e com Carolina, personagem principal de
Chamas interpretada por Juliana Silveira, declara morte as mocinhas tradicionais. A seguir você confere, na íntegra, a entrevista com Cristianne em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
ESTRELANDO: Embora o Brasil tenha autoras memoráveis, como Janete Clair, os novelistas ainda são majoritariamente homens. Como é ser roteirista no Brasil?
Cristianne Fridman: - As mulheres têm ocupado, cada vez mais, o seu espaço no mercado de trabalho. Antigamente as mulheres não tinham direito ao voto. Atrizes eram qualificadas como prostitutas. É um processo que não anda tão rapidamente como gostaríamos, mas o panorama já mudou muito. Hoje temos até novelistas, rs! Janete Clair, Ivani Ribeiro, Glória Perez, Andrea Maltarolli, Ana Maria Moretzhon e outras. Então eu digo que olhando pra trás, vendo a história, é uma honra e um prazer enorme ser roteirista no nosso país! É uma vitória de muitas lutas.
ESTRELANDO: O gosto de colocar uma novela no ar no horário nobre e chegar ao primeiro lugar de audiência é melhor ainda quando a área em que se trabalha é dominada por homens?
Cristianne Fridman: - Nunca tive este sentimento de disputa em relação aos homens roteiristas.
ESTRELANDO: Chamas da Vida é sua primeira novela como autora titular. Você acha que demorou?
Cristianne Fridman: - Sinceramente? Não acho que demorou, acho que foi rápido demais. Alguns momentos teriam sido mais fáceis se eu tivesse mais experiência. Mais nada que o prazer e o trabalho, árduo, não tenham compensado.
ESTRELANDO: Juliana Silveira já declarou que Carolina não é uma mocinha convencional, porque ela não espera acontecer, corre atrás do que quer e arma barraco se for preciso. Existe uma marca que você gosta de imprimir nas personagens femininas que cria?
Cristianne Fridman: - Com certeza. Acho que a mocinha completamente ingênua à espera do príncipe encantado está morta na teledramaturgia. Não é real, não corresponde ao que nós, mulheres, vivenciamos no nosso dia-a-dia.
ESTRELANDO: Você estará no ar duplamente na próxima semana, com os capítulos finais de Chamas e a reprise de Bicho do Mato, qual balanço você faz da sua carreira? O que ainda quer conquistar?
Cristianne Fridman: - Ainda é cedo para fazer um balanço da minha carreira. Estou começando e acho que ainda tenho um bom trecho deste caminho para trilhar antes de dar uma paradinha e fazer um balanço, (risos)! O que estes dois trabalhos me trouxeram foi a alegria de viver daquilo que amo: escrever.
ESTRELANDO: Em algum momento de sua carreira você sofreu preconceito, acha que ainda existe?
Cristianne Fridman: - Acho que há, sim, resistências não só na televisão, mas em diversas outras áreas à capacidade da mulher. Não são todos, mas há, sim.
ESTRELANDO: No Dia Internacional da Mulher, o que você diria para as candidatas a novelistas?
Cristianne Fridman: - Vão em frente! O único problema é que, às vezes, não dá tempo pra fazer as unhas, mas eles também ficam com a barba por fazer... (risos)!
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