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Publicada em 08/12/2018 às 16:05 | Atualizada em 06/10/2019 às 22:18

Dubladores de WiFi Ralph - Quebrando a Internet falam sobre os desafios de dublar sem seguir a profissão

Tiago Abravanel, MariMoon, Giovanna Lancellotti e Rafael Cortez também destaram as mensagens significativas por trás das animações da Disney. Luísa Sonza também participou do bate papo

Carolina Rocha

Divulgação

Na Comic Con Experience tem espaço para tudo - inclusive para as animações infantis da Disney. Na tarde do sábado, dia 8, o ESTRELANDO conversou com os dubladores de WiFi Ralph - Quebrando a Internet, que estreia dia 3 de janeiro de 2019 aqui no Brasil, mas que já foi exibido com exclusividade no evento no Auditório Cinemark pela manhã para o público da atração. Tiago Abravanel, MariMoon, Giovanna Lancellotti e Rafael Cortez falaram sobre suas experiências com o longa, enquanto Luísa Sonza, intérprete de uma das músicas da trilha sonora do filme, também acrescentou no bate papo. Confira os principais tópicos da conversa a seguir.

Os desafios

- Eu faço desde o primeiro filme e tive essa dificuldade já naquela época. Era desde de Ai, meu Deus, é uma pressão muito grande, porque realmente tem muita gente que fala Vocês estão tirando o império dos dubladores brasileiros!, mas eu acho que eles precisam entender também que existe os dois, tem duas categorias. A pessoa que vem como convidada especial tem a função também de trazer um público específico, de divulgar e tal. E é claro que isso não isenta a nossa obrigação de fazer um trabalho excelente. Eu me dediquei muito, não só por causa dessa pressão, mas da minha própria, porque queria deixar a minha voz num filme da Disney a mais perfeita possível. Sempre agradeço o diretor que foi genial, extraiu de mim o melhor. A Disney é perfeita em tudo o que faz, então ela escolheu muito bem. Sinto que no final consegui fazer um trabalho legal. Eu não fiz algo que era tão fácil para mim, mas ao mesmo tempo eu já tinha feito aula de canto, aula de teatro, já tinha experimentado esse lado, mas não como dubladora, apontou MariMoon, que dubla Vanellope. 

- No meu caso, como eu sou atriz também, tem muito isso de interpretação de texto, frases picadas, trabalhar com off, faço publicidades onde primeiro é a imagem e depois eu tenho que colocar só a voz... Então eu já tinha uma mínima experiência com dublagem de off. Mas essa foi a primeira vez em que eu tive que reparar e encaixar a minha voz na abertura da boca, então esse lado mais técnico foi o lado mais difícil para mim. Eu adorei, foi uma experiência muito legal, de um sonho antigo, e espero que ele se repita, analisou Giovanna Lancellotti, a Shank. 

- O primeiro filme foi mais complicado nesse sentido. Eu senti mais essas questões, de demarcações de espaço, encontro do timbre... Lembro que quando me chamaram, pensei que me chamaram pelo meu grave. Pensei que não conseguiria fazer. Mas os caras insistiram tanto que a gente encontrou um lugar para colocar essa voz. O mais difícil foi o primeiro mesmo, esse foi muito mais prazeroso. Foi uma realização. No meu caso foi bem mais fácil ainda porque eu tive poucas falas, admitiu Rafael Cortez, a voz de Felix.

- Eu acho que o que acontece, e é natural, faz dublagem há muito tempo. Trabalha com isso diariamente. Entra num estúdio e dubla um filme, depois um longa, depois vai para a internet... A galera de dublagem dubla o dia inteiro, todos os dias. Para a gente é um desafio porque, além de não ser a nossa carreira inicial, não sermos formados em dublagem. Mas apesar disso, a gente teve todo um critério a ser atingido e o primeiro filme teve muito desse processo, da gente ter um entendimento da técnica para fazer isso acontecer. É uma loucura. O primeiro foi até estressante nesse sentido, porque a gente quer fazer o nosso melhor, mas não estamos acostumados a trabalhar com isso.É um desafio gigante, mas acredito que a Disney seja muito criteriosa e não deixaria passar algo que não fosse ficar legal, afirmou Tiago Abravanel, o protagonista Ralph.

- Eu cantei a música tema, fiz o clipe, então não saí tanto da minha zona de conforto quanto eles. Cantei uma música que se chama Esse é o Lugar, versão da original In This Place, então fiquei muito feliz. Qualquer cantor tem o sonho de cantar uma música da Disney. Mas eu quero fazer, também [dublagem]., contou Luísa Sonza.

As responsabilidades, critérios e preocupações

- A gente fica dentro de uma coisa que já existe, uma versão brasileira de um texto que já está lá, então nem toca muito nessa questão. É mais fazer algo que já existe, ler o textinho que está lá. Na verdade o filme não é tão infantil assim. É uma classificação livre, para todas as idades, mas que tem aquela questão Disney/Pixar de que a família inteira está lá para assistir. Tem que ser legal para todo mundo, observou MariMoon.

- A gente segue muito um roteiro. Até temos uma liberdade de colocar uma palavra, uma gíria, para abrasileirar a dublagem. Mas com relação a critério, a Disney é muito criteriosa nas colocações e acredito também que, em nenhum momento, que as animações são para criança. Acredito que ela pensa em fazer para as famílias, para que atinja todas as faixas etárias, e todo mundo se diverte, cada um dentro do seu segmento. Achei muito interessante nesse filme, as características de cada personagem serem muito marcante para um determinado grupo. Por exemplo: as piadas do Felix no filme são muito mais para os adultos do que para as crianças. Porque afinal de contas, ele é um cara que virou pai. A Vanellope está mais próxima da criança aventureira, o Ralph está mais próximo de uma criança que tem seus medos, mas que também gosta de arriscar. Os personagens marcam características de várias faixas etárias, refletiu Tiago.

- Eu ficaria lisonjeado de ser chamado para dublar qualquer filme da Disney, mas o mais legal de fazer parte de uma animação como o Ralph, é que ela está ligada com esses novos tempos. Se eu fizesse Branca de Neve, que é um clássico, que tem uma mensagem onde o mal é muito definido... Eu gosto dessas novas linguagens, dos novos tempos da Disney, onde os personagens bons também têm características cruéis, que tem acidez. E é engraçado que a escolha dos personagens, depois até fiquei observando; o Tiago tá muito Ralph hoje, a MariMoon tá muito Vanellope. A personagem da Giovanna é a cara dela. E eu me acho, de rostinho, parecido com o Felix. Então eles tiveram a preocupação de chamar atores que até se parecessem com os personagens, reparou Rafael. 

- Querendo ou não, fiz uma versão de uma música em inglês. Então você vê que na dublagem você tem que seguir bem certinho. Onde ela faz o agudo, onde ela faz o grave, onde ela faz falsete, onde ela faz voz de peito... E a forma como ela canta também, eu não posso me basear só na minha interpretação. Eu tenho que fazer de acordo com o que ela fez. A Julia Michaels cantou de forma muito suave, então eu tive que, não imitar, mas trazer essa suavidade, que eu faria de uma outra maneira. Uma maneira mais forte, com mais potência vocal, então acho que colocaria isso. Foi muito legal, uma experiência nova, dentro da caixa ali dela, mas ela é uma cantora incrível que eu admiro muito. Foi muito legal trazer ela para o português, confessou Luísa.

A chamada "política de likes" na internet

- Acho que é perigoso. Apesar de estamos dentro desse universo, acredito que seja algo que tenhamos que refletir. Saber até onde isso é a real importância daquilo que se está fazendo em uma rede social, por exemplo. É pura e exclusivamente para ganhar likes? É para alcançar o maior número de pessoas? É para que as pessoas vejam cada vez o seu trabalho? Acho que tudo vai da maneira como você encara aquilo. Acho que o filme traz onde você pode chegar, e como isso pode também não ser tudo na sua vida. Que isso não é o carimbo de que você seja o melhor se não tiver tantos likes, porque amanhã você pode não ter. E isso não desmerece aquilo que você é, opinou Tiago.

- Como entretenimento, eu acho o like uma coisa muito divertida. Gosto quando dão like numa postagem minha, gosto de dar like em uma postagem que eu curta, também. Se fosse só esse critério do entretenimento, o like seria uma coisa muito bacana. O que me assusta é quando o like passa a ser um elemento que define se você é bom ou não, ou se você é a pessoa ideal para um projeto, um contrato e etc. Por exemplo, se eu tiver que ser contratado para um filme, para um programa, para estar no casting de alguma coisa, pelo tanto de engajamento que as minhas postagens têm, e não pelo que eu sei, trago de bagagem, ou tenho talento ou não, eu fico chateado. E isso é uma coisa que está acontecendo muito nesse nosso circuito, tem muita gente que está entrando em produção porque tem muitos seguidores, enquanto tem gente que não tem tantos seguidores, nem tantos likes, e que não é chamada porque as postagens não têm muitas curtidas, desabafou Rafael. 

- Mas vendo esse trabalho como algo que foi alcançado, acredito sim que eles tenham olhado para a gente de uma forma Quem são essas pessoas dentro do universo popular?, para poder divulgar o filme, mas ao mesmo tempo, o critério de capacidade. Eles têm capacidade de fazer o filme com qualidade? E aí a gente tem essa aprovação e ainda bem que a Disney também tem esse critério. Porque se fossem só likes, talvez nós não estaríamos aqui, rebateu o intérprete de Ralph. 

Dublar outros personagens

- Tenho vários. Por exemplo o live-action de O Rei Leão que está chegando aí. Você [vira para o Rafael] podia fazer o Timão e eu o Pumba. Olha aí!, sugeriu Tiago. 

- Eu queria ter feito o Olaf. Acho que o Porchat [Fábio, apresentador] fez muito bem o Olaf, está muito legal na voz dele. Mas sabe que há dois anos me chamaram para dublar Seinfield. E eram todas as nove temporadas, e eu faria o Jerry Seinfeld. Eu aceitei, mas depois eu fiquei desesperado. E por sorte o projeto foi aposentado, porque era impossível de fazer, divertiu-se Rafael. 

- Me chamaram também, mas a Globo não liberou, brincou o protagonista.

A mensagem por trás das animações

- Estávamos comentando como tantas crianças devem viver tantos aprendizados com amizades, separações, e também o aprendizado de você se relacionar. Porque relacionamento não é fácil, tem um monte de gente indo na terapia só para resolver isso aí, independente da idade. Então eu acho que é um assunto que talvez seja até pouco explorado atualmente, e que por isso seja valioso e importante, opinou MariMoon.

- Na verdade são vários temas que, se você analisa, você pega. Tem a questão dos comentários que eu achei super legal, tem também a ironização das próprias princesas que dizem Você também é salva por um homem? Que coisa boba! do empoderamento feminino, que elas podem ser princesas, mas que também estão ali tranquilas, falando como a gente fala. Tem várias mensagens no filme que eu achei importante e super interessante, ainda mais se for para criança, porque já traz informações para a criança pensar e analisar melhor, que às vezes nós, adultos, não temos consciência, refletiu Luísa.

- Mensagem é sempre tudo, né? As animações da Disney não são feitas única e exclusivamente para as crianças, são para a família. Então tem ensinamentos que são para o pai, a mãe, o avô e a avó. E eu gosto da maneira como as mensagens são colocadas nas animações da Disney. Quando você vai ver um filme de entretenimento barato de Hollywood, você sempre vê que tem um momento em que a gente tem que se emocionar. Aqui vem a mensagem e ela não compromete o ritmo do filme, tem uma inteligência em tudo isso, avalia Rafael.

- Eu fico muito feliz em ver cada vez mais a expertize em trazer de forma lúdica, leve, bem-humorada, coisas do cotidiano, com tanta intensidade que aquilo fica no inconsciente. Talvez os adultos demorem mais para capitar a mensagem do que as próprias crianças. E a Disney tem essa genialidade e a gente aplaude e agradece, conclui Tiago.

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Dubladores de WiFi Ralph - Quebrando a Internet falam sobre os desafios de dublar sem seguir a profissão

Tiago Abravanel, MariMoon, Giovanna Lancellotti e Rafael Cortez também destaram as mensagens significativas por trás das animações da Disney. Luísa Sonza também participou do bate papo

08/Dez/2018

Carolina Rocha

Na Comic Con Experience tem espaço para tudo - inclusive para as animações infantis da Disney. Na tarde do sábado, dia 8, o ESTRELANDO conversou com os dubladores de WiFi Ralph - Quebrando a Internet, que estreia dia 3 de janeiro de 2019 aqui no Brasil, mas que já foi exibido com exclusividade no evento no Auditório Cinemark pela manhã para o público da atração. Tiago Abravanel, MariMoon, Giovanna Lancellotti e Rafael Cortez falaram sobre suas experiências com o longa, enquanto Luísa Sonza, intérprete de uma das músicas da trilha sonora do filme, também acrescentou no bate papo. Confira os principais tópicos da conversa a seguir.

Os desafios

- Eu faço desde o primeiro filme e tive essa dificuldade já naquela época. Era desde de Ai, meu Deus, é uma pressão muito grande, porque realmente tem muita gente que fala Vocês estão tirando o império dos dubladores brasileiros!, mas eu acho que eles precisam entender também que existe os dois, tem duas categorias. A pessoa que vem como convidada especial tem a função também de trazer um público específico, de divulgar e tal. E é claro que isso não isenta a nossa obrigação de fazer um trabalho excelente. Eu me dediquei muito, não só por causa dessa pressão, mas da minha própria, porque queria deixar a minha voz num filme da Disney a mais perfeita possível. Sempre agradeço o diretor que foi genial, extraiu de mim o melhor. A Disney é perfeita em tudo o que faz, então ela escolheu muito bem. Sinto que no final consegui fazer um trabalho legal. Eu não fiz algo que era tão fácil para mim, mas ao mesmo tempo eu já tinha feito aula de canto, aula de teatro, já tinha experimentado esse lado, mas não como dubladora, apontou MariMoon, que dubla Vanellope. 

- No meu caso, como eu sou atriz também, tem muito isso de interpretação de texto, frases picadas, trabalhar com off, faço publicidades onde primeiro é a imagem e depois eu tenho que colocar só a voz... Então eu já tinha uma mínima experiência com dublagem de off. Mas essa foi a primeira vez em que eu tive que reparar e encaixar a minha voz na abertura da boca, então esse lado mais técnico foi o lado mais difícil para mim. Eu adorei, foi uma experiência muito legal, de um sonho antigo, e espero que ele se repita, analisou Giovanna Lancellotti, a Shank. 

- O primeiro filme foi mais complicado nesse sentido. Eu senti mais essas questões, de demarcações de espaço, encontro do timbre... Lembro que quando me chamaram, pensei que me chamaram pelo meu grave. Pensei que não conseguiria fazer. Mas os caras insistiram tanto que a gente encontrou um lugar para colocar essa voz. O mais difícil foi o primeiro mesmo, esse foi muito mais prazeroso. Foi uma realização. No meu caso foi bem mais fácil ainda porque eu tive poucas falas, admitiu Rafael Cortez, a voz de Felix.

- Eu acho que o que acontece, e é natural, faz dublagem há muito tempo. Trabalha com isso diariamente. Entra num estúdio e dubla um filme, depois um longa, depois vai para a internet... A galera de dublagem dubla o dia inteiro, todos os dias. Para a gente é um desafio porque, além de não ser a nossa carreira inicial, não sermos formados em dublagem. Mas apesar disso, a gente teve todo um critério a ser atingido e o primeiro filme teve muito desse processo, da gente ter um entendimento da técnica para fazer isso acontecer. É uma loucura. O primeiro foi até estressante nesse sentido, porque a gente quer fazer o nosso melhor, mas não estamos acostumados a trabalhar com isso.É um desafio gigante, mas acredito que a Disney seja muito criteriosa e não deixaria passar algo que não fosse ficar legal, afirmou Tiago Abravanel, o protagonista Ralph.

- Eu cantei a música tema, fiz o clipe, então não saí tanto da minha zona de conforto quanto eles. Cantei uma música que se chama Esse é o Lugar, versão da original In This Place, então fiquei muito feliz. Qualquer cantor tem o sonho de cantar uma música da Disney. Mas eu quero fazer, também [dublagem]., contou Luísa Sonza.

As responsabilidades, critérios e preocupações

- A gente fica dentro de uma coisa que já existe, uma versão brasileira de um texto que já está lá, então nem toca muito nessa questão. É mais fazer algo que já existe, ler o textinho que está lá. Na verdade o filme não é tão infantil assim. É uma classificação livre, para todas as idades, mas que tem aquela questão Disney/Pixar de que a família inteira está lá para assistir. Tem que ser legal para todo mundo, observou MariMoon.

- A gente segue muito um roteiro. Até temos uma liberdade de colocar uma palavra, uma gíria, para abrasileirar a dublagem. Mas com relação a critério, a Disney é muito criteriosa nas colocações e acredito também que, em nenhum momento, que as animações são para criança. Acredito que ela pensa em fazer para as famílias, para que atinja todas as faixas etárias, e todo mundo se diverte, cada um dentro do seu segmento. Achei muito interessante nesse filme, as características de cada personagem serem muito marcante para um determinado grupo. Por exemplo: as piadas do Felix no filme são muito mais para os adultos do que para as crianças. Porque afinal de contas, ele é um cara que virou pai. A Vanellope está mais próxima da criança aventureira, o Ralph está mais próximo de uma criança que tem seus medos, mas que também gosta de arriscar. Os personagens marcam características de várias faixas etárias, refletiu Tiago.

- Eu ficaria lisonjeado de ser chamado para dublar qualquer filme da Disney, mas o mais legal de fazer parte de uma animação como o Ralph, é que ela está ligada com esses novos tempos. Se eu fizesse Branca de Neve, que é um clássico, que tem uma mensagem onde o mal é muito definido... Eu gosto dessas novas linguagens, dos novos tempos da Disney, onde os personagens bons também têm características cruéis, que tem acidez. E é engraçado que a escolha dos personagens, depois até fiquei observando; o Tiago tá muito Ralph hoje, a MariMoon tá muito Vanellope. A personagem da Giovanna é a cara dela. E eu me acho, de rostinho, parecido com o Felix. Então eles tiveram a preocupação de chamar atores que até se parecessem com os personagens, reparou Rafael. 

- Querendo ou não, fiz uma versão de uma música em inglês. Então você vê que na dublagem você tem que seguir bem certinho. Onde ela faz o agudo, onde ela faz o grave, onde ela faz falsete, onde ela faz voz de peito... E a forma como ela canta também, eu não posso me basear só na minha interpretação. Eu tenho que fazer de acordo com o que ela fez. A Julia Michaels cantou de forma muito suave, então eu tive que, não imitar, mas trazer essa suavidade, que eu faria de uma outra maneira. Uma maneira mais forte, com mais potência vocal, então acho que colocaria isso. Foi muito legal, uma experiência nova, dentro da caixa ali dela, mas ela é uma cantora incrível que eu admiro muito. Foi muito legal trazer ela para o português, confessou Luísa.

A chamada "política de likes" na internet

- Acho que é perigoso. Apesar de estamos dentro desse universo, acredito que seja algo que tenhamos que refletir. Saber até onde isso é a real importância daquilo que se está fazendo em uma rede social, por exemplo. É pura e exclusivamente para ganhar likes? É para alcançar o maior número de pessoas? É para que as pessoas vejam cada vez o seu trabalho? Acho que tudo vai da maneira como você encara aquilo. Acho que o filme traz onde você pode chegar, e como isso pode também não ser tudo na sua vida. Que isso não é o carimbo de que você seja o melhor se não tiver tantos likes, porque amanhã você pode não ter. E isso não desmerece aquilo que você é, opinou Tiago.

- Como entretenimento, eu acho o like uma coisa muito divertida. Gosto quando dão like numa postagem minha, gosto de dar like em uma postagem que eu curta, também. Se fosse só esse critério do entretenimento, o like seria uma coisa muito bacana. O que me assusta é quando o like passa a ser um elemento que define se você é bom ou não, ou se você é a pessoa ideal para um projeto, um contrato e etc. Por exemplo, se eu tiver que ser contratado para um filme, para um programa, para estar no casting de alguma coisa, pelo tanto de engajamento que as minhas postagens têm, e não pelo que eu sei, trago de bagagem, ou tenho talento ou não, eu fico chateado. E isso é uma coisa que está acontecendo muito nesse nosso circuito, tem muita gente que está entrando em produção porque tem muitos seguidores, enquanto tem gente que não tem tantos seguidores, nem tantos likes, e que não é chamada porque as postagens não têm muitas curtidas, desabafou Rafael. 

- Mas vendo esse trabalho como algo que foi alcançado, acredito sim que eles tenham olhado para a gente de uma forma Quem são essas pessoas dentro do universo popular?, para poder divulgar o filme, mas ao mesmo tempo, o critério de capacidade. Eles têm capacidade de fazer o filme com qualidade? E aí a gente tem essa aprovação e ainda bem que a Disney também tem esse critério. Porque se fossem só likes, talvez nós não estaríamos aqui, rebateu o intérprete de Ralph. 

Dublar outros personagens

- Tenho vários. Por exemplo o live-action de O Rei Leão que está chegando aí. Você [vira para o Rafael] podia fazer o Timão e eu o Pumba. Olha aí!, sugeriu Tiago. 

- Eu queria ter feito o Olaf. Acho que o Porchat [Fábio, apresentador] fez muito bem o Olaf, está muito legal na voz dele. Mas sabe que há dois anos me chamaram para dublar Seinfield. E eram todas as nove temporadas, e eu faria o Jerry Seinfeld. Eu aceitei, mas depois eu fiquei desesperado. E por sorte o projeto foi aposentado, porque era impossível de fazer, divertiu-se Rafael. 

- Me chamaram também, mas a Globo não liberou, brincou o protagonista.

A mensagem por trás das animações

- Estávamos comentando como tantas crianças devem viver tantos aprendizados com amizades, separações, e também o aprendizado de você se relacionar. Porque relacionamento não é fácil, tem um monte de gente indo na terapia só para resolver isso aí, independente da idade. Então eu acho que é um assunto que talvez seja até pouco explorado atualmente, e que por isso seja valioso e importante, opinou MariMoon.

- Na verdade são vários temas que, se você analisa, você pega. Tem a questão dos comentários que eu achei super legal, tem também a ironização das próprias princesas que dizem Você também é salva por um homem? Que coisa boba! do empoderamento feminino, que elas podem ser princesas, mas que também estão ali tranquilas, falando como a gente fala. Tem várias mensagens no filme que eu achei importante e super interessante, ainda mais se for para criança, porque já traz informações para a criança pensar e analisar melhor, que às vezes nós, adultos, não temos consciência, refletiu Luísa.

- Mensagem é sempre tudo, né? As animações da Disney não são feitas única e exclusivamente para as crianças, são para a família. Então tem ensinamentos que são para o pai, a mãe, o avô e a avó. E eu gosto da maneira como as mensagens são colocadas nas animações da Disney. Quando você vai ver um filme de entretenimento barato de Hollywood, você sempre vê que tem um momento em que a gente tem que se emocionar. Aqui vem a mensagem e ela não compromete o ritmo do filme, tem uma inteligência em tudo isso, avalia Rafael.

- Eu fico muito feliz em ver cada vez mais a expertize em trazer de forma lúdica, leve, bem-humorada, coisas do cotidiano, com tanta intensidade que aquilo fica no inconsciente. Talvez os adultos demorem mais para capitar a mensagem do que as próprias crianças. E a Disney tem essa genialidade e a gente aplaude e agradece, conclui Tiago.

Abaixo, confira outras atrações da CCXP 2018: