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Publicada em 22/03/2021 às 00:00 | Atualizada em 17/03/2021 às 16:18

Em entrevista exclusiva, Paulo Zulu relembra momentos marcantes da carreira e conta o que aprendeu com acidente recente

O ator e modelo comentou sobre as reprises atuais de Laços de Família e Mulheres Apaixonadas

Mel Pinheiro

Divulgação

Paulo Zulu está em dose dupla na televisão, no ar como o Romeu de Laços de Família, no Vale a Pena ver de Novo, e em Mulheres Apaixonadas, que está sendo reprisada no Viva. Mas a carreira do ator, modelo e apresentador vai muito além das tramas de Manoel Carlos em que esteve no elenco. Aos 57 anos de idade, ele acumula experiências variadas, além de muitos elogios pela sua aparência. Em entrevista exclusiva ao ESTRELANDO, ele relembrou alguns momentos de sua trajetória e também deu detalhes do susto que sofreu recentemente, em que depois de um acidente, o ator descobriu coágulos no cérebro. Confira a seguir:

ESTRELANDO - Você está no ar em duas reprises de novelas muito queridas pelo público, Laços de Família e Mulheres Apaixonadas. Você sentiu uma repercussão maior nesses últimos meses? Ainda é abordado na rua por conta desses papeis?

Paulo Zulu - Deu uma repercussão muito grande, porque as gerações bem pequenas entre 10 e 12 anos que não acompanharam muito as novelas, hoje em dia elas têm 30. Imagina, eu fiz isso já tem 21 anos, então as mães que acompanharam na época que hoje estão com 50, lembram do carinho pelo trabalho, pela pessoa, pelo o que significa e passam isso pros filhos, pra família, então foi bem bacana. Eu tive um assédio bem carinhoso, bem tranquilo e ao mesmo tempo bem intenso. 'Muita gente falava Nossa o tempo passa pra todo mundo menos pra você' ou 'Poxa que bacana, aquela novela fez muito sucesso, é muito bom te ver de novo, te encontrar aqui na Guarda'. É um carinho muito grande mesmo com um tempo longo que teve da novela para a reprise. Eu fico muito feliz de saber que os trabalhos que eu faço têm um reconhecimento, um carinho enorme, e que as pessoas gostam do jeito que sou como ser humano, independente do trabalho que foi feito nas novelas e nessas reprises, foi muito bacana mesmo.

ESTRELANDO -  Você morou em vários países no começo de sua carreira como modelo, como essa experiência te moldou a ser o que você é hoje? 

Paulo Zulu - Quando eu comecei a trabalhar como modelo em seis meses no Brasil, eu fui através de uma agência pra França tentar as coleções, e consegui pegar quatro desfiles, fui para Itália, peguei seis desfiles só de grifes famosas. Então foi muito interessante, porque na época eu era só surfista, pescador, tinha feito algumas viagens, mas só viagens de surf, tinha ido pro Havaí, para Bali, México, e de repente eu me vi viajando pela Europa inteira, para países que eu nunca tinha ideia que poderia ter um contato, porque minha vida era só na beira do mar e de repente eu estava vivendo num centro urbano bem intenso como Nova York, Milão, Munique, Paris. Viver na Europa mudou muito a minha forma de ver a vida.

ESTRELANDO - Tem alguma história curiosa sobre essa fase da sua vida?

Paulo Zulu - Uma história curiosa que eu tenho sobre essa fase da minha vida, é que eu estava acostumado a estar todo dia em contato com o mar, praia, esporte e de repente eu me vi num centro urbano vivendo o fashion. Foi bem diferente pra mim no início, em questão de adaptação, pois são mundo completamente diferentes, um você vive com introspecção, com harmonia, delicadeza e a tranquilidade de fazer parte do todo, preservar o meio ambiente que é o mar, eu não comia carne então eu tinha esse usufruto de ter o meu alimento do mar de uma forma consciente. E de repente eu me via trabalhando como modelos, vivendo em grandes centros, sem acesso ao mar, sem acesso à praia, vivendo outras realidades em que as pessoas são mais vaidosas, se cuidam mais, precisam aparecer mais. Então foi bem contrastante pra mim, mas no final das contas deu tudo certo. História interessante seria até a incompatibilidade às vezes de formas de ver a vida, muita gente se predispõe a qualquer coisa pra se dar bem sobre qualquer motivo. Quando virei modelo eu já tinha uma certa idade, com 28 anos, e eu tinha princípios básicos como ser humano, que pra mim valiam mais que qualquer situação, qualquer proposta ou qualquer oferta, então às vezes ficava engraçado certas coisas que eu escutava, mas no final todo mundo ficou feliz.

ESTRELANDO -  Você já apresentou o reality show The Amazing Race, no canal Space e também participou do Dança dos Famosos. Tem vontade de apresentar outro reality? Se sim, qual? E você participaria de algum também?

Paulo Zulu - Pra mim foi uma honra enorme ter sido convidado para ser apresentador do The Amazing Race, uma equipe fantástica, maravilhosa, pessoas super profissionais, a gente viajou muito pelo Brasil e países da América do Sul fazendo as gravações com pessoas que estavam ali se superando, e eu ficava acompanhado tentando fazer o melhor trabalho possível dentro da proposta da equipe, acho que eles gostaram, teve uma aceitação muito bacana. A Dança dos Famosos foi uma das situações mais delicadas e difíceis que eu passei porque eu não sou um bom dançarino, sempre tive uma certa timidez de me apresentar em público, por mais que como modelo eu fizesse o meu trabalho. Sou lutador de Jiu-Jitsu então me sentia um pouco mais duro, mais travado com relação a essa forma de se expressar em coreografias e danças, sou meio envergonhado com isso, então foi um desafio enorme pra mim, uma superação absurda, você se apresentar ao vivo, e os ensaios não eram muito intensos, eram de segunda a sábado uma hora e meia por dia, pra quem não sabe nada de dança não é o suficiente, tentei fazer o meu melhor, a gente tenta sempre fazer o possível pra se superar dos limites mais incríveis que pra alguns é fácil, pra mim o Jiu-Jitsu seria mais fácil e a dança mais difícil, cada um com seus obstáculos. E com relação a participar de um reality show, eu nunca participei, mas adoraria, se tivesse chance, de poder apresentar um novo reality show, eu acho bacana. Eu gosto de apresentação, porque eu sou um cara muito verdadeiro, eu não sou um personagem, eu sou um ser humano e sou exatamente assim, então eu gostaria, se tivesse a oportunidade, de apresentar um programa bem bacana, de ver as pessoas se superando, ver as realidades de uma forma diferenciada e valorizar os esforço de cada um, acho muito bacana.

ESTRELANDO -  Recentemente, você contou em entrevista para a Keila Jimenez, que sofreu um acidente doméstico e descobriu um coágulo na região do cérebro. Passar por uma situação assim fez você mudar atitudes na sua vida? O que você aprendeu com essa experiência que gostaria de passar para as pessoas?

Paulo Zulu - Essa última experiência que eu tive, eu não considero como acidente doméstico, considero como uma casualidade, eu estava num posto de gasolina calibrando o pneu e tinha um telhado de 1,70m mais ou menos, quando acabei de calibrar o pneu, enrolei a mangueira e quando levantei bati no telhado e cai no chão sentado, porque a pancada foi muito intensa. Não fiquei preocupado, pois não abriu a cabeça, fui pra casa botei gelo e no dia seguinte tinha um galo, botei gelo novamente e no terceiro dia o galo já tinha diminuído, não tinha dor de cabeça, não tive nada fique perfeito, continuei fazendo as coisas normais. Na época era verão, eu ia pra praia com meu filho, jogava futebol, corria, surfava, daí pintou uma viagem pro Rio de Janeiro, fui e fiz o que eu tinha que fazer e voltei num domingo à noite, na segunda feira fui novamente à praia com meu filho, na terça feira quando eu levantei de manhã pra ir ao banheiro, eu cai perto da cama, a minha sorte é que meu piso é de eucatex, não é de cerâmica. Caí entre dois móveis, fiquei apagado, minha namorada disse que eu fiquei um minuto sem respirar e sem batimentos cardíacos, ou seja, tive uma convulsão cerebral muito séria. Quando eu dei conta de mim eu estava no hospital e já eram seis da tarde, fiquei praticamente 12 horas fora do ar, acho que se eu não tivesse saúde, que a vida inteira eu quis manter para poder ter uma projeção a nível de futuro de idade, com saúde, dignidade, talvez eu não tivesse resistido, porque a cabeça teve um sangramento interno que apagou toda a parte elétrica, todos os comandos, e a partir disso eu fiz duas ressonâncias no hospital aqui de São José e depois fui pra Joinville e fiz duas tomografias, eles acharam que era um AVC, fiz outra ressonância e a moça viu que tinha tido um impacto em algum lugar e que aquilo gerou um sangramento que houve esse apagão e eu fiquei de molho, tomando remédio, me cuidando, enfim já tem quase cinquenta dias que isso aconteceu, hoje estou bem melhor, continuo tomando os remédios, tive com a médica há pouco tempo e ela disse que eu posso voltar às minhas atividades de uma forma racional, não tão intensa, porque continuo ainda com um pouco de coágulo no lóbulo frontal esquerdo que foi o lado que eu bati a cabeça, mas que a absorção está sendo muito boa, mas pra ter certeza do resultado demora uns seis meses. Então, realmente o que mudou em mim? Em função da pancada, em função do apagão certas coisas cerebrais ficam diferentes, eu conversei com a médica sobre isso, por exemplo, sempre que a gente vive o presente a gente lembra do passado, eu to sem lembranças do passado, não que eu não saiba que ele exista, eu sei que ele existe, se eu parar pra pensar eu vou me lembrar de um monte de coisa, mas não é uma lembrança constante, é uma lembrança vaga. Então existem certas situações que realmente mexeram com meu universo pessoal, mas cada dia que passa eu consigo me conectar mais a mim mesmo e em função disso, eu agradeço todo dia pela chance de estar aqui e poder continuar vivendo e, resolvi passar pras pessoas que às vezes numa casualidade doméstica ou na rua sem ser um acidente, a gente pode ter consequências seríssimas, então é muito importante, tudo relacionado à cabeça, se tiver chance vá no hospital, faça os exames, pra não passar pelo o que eu passei, mas eu tive sorte, soube de várias pessoas que não tiveram a mesma sorte e entraram em óbito. Sempre que eu passo por um momento que eu considero ruim, tento mostrar o lado que pode ser muito bom pra outras pessoas, e evitar certos detalhes negativos que eu poderia ter passado, mas consegui absorver, esse é o meu ponto de vista, tentar passar boas coisas sempre para o próximo.

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16/Abr/

Paulo Zulu está em dose dupla na televisão, no ar como o Romeu de Laços de Família, no Vale a Pena ver de Novo, e em Mulheres Apaixonadas, que está sendo reprisada no Viva. Mas a carreira do ator, modelo e apresentador vai muito além das tramas de Manoel Carlos em que esteve no elenco. Aos 57 anos de idade, ele acumula experiências variadas, além de muitos elogios pela sua aparência. Em entrevista exclusiva ao ESTRELANDO, ele relembrou alguns momentos de sua trajetória e também deu detalhes do susto que sofreu recentemente, em que depois de um acidente, o ator descobriu coágulos no cérebro. Confira a seguir:

ESTRELANDO - Você está no ar em duas reprises de novelas muito queridas pelo público, Laços de Família e Mulheres Apaixonadas. Você sentiu uma repercussão maior nesses últimos meses? Ainda é abordado na rua por conta desses papeis?

Paulo Zulu - Deu uma repercussão muito grande, porque as gerações bem pequenas entre 10 e 12 anos que não acompanharam muito as novelas, hoje em dia elas têm 30. Imagina, eu fiz isso já tem 21 anos, então as mães que acompanharam na época que hoje estão com 50, lembram do carinho pelo trabalho, pela pessoa, pelo o que significa e passam isso pros filhos, pra família, então foi bem bacana. Eu tive um assédio bem carinhoso, bem tranquilo e ao mesmo tempo bem intenso. 'Muita gente falava Nossa o tempo passa pra todo mundo menos pra você' ou 'Poxa que bacana, aquela novela fez muito sucesso, é muito bom te ver de novo, te encontrar aqui na Guarda'. É um carinho muito grande mesmo com um tempo longo que teve da novela para a reprise. Eu fico muito feliz de saber que os trabalhos que eu faço têm um reconhecimento, um carinho enorme, e que as pessoas gostam do jeito que sou como ser humano, independente do trabalho que foi feito nas novelas e nessas reprises, foi muito bacana mesmo.

ESTRELANDO -  Você morou em vários países no começo de sua carreira como modelo, como essa experiência te moldou a ser o que você é hoje? 

Paulo Zulu - Quando eu comecei a trabalhar como modelo em seis meses no Brasil, eu fui através de uma agência pra França tentar as coleções, e consegui pegar quatro desfiles, fui para Itália, peguei seis desfiles só de grifes famosas. Então foi muito interessante, porque na época eu era só surfista, pescador, tinha feito algumas viagens, mas só viagens de surf, tinha ido pro Havaí, para Bali, México, e de repente eu me vi viajando pela Europa inteira, para países que eu nunca tinha ideia que poderia ter um contato, porque minha vida era só na beira do mar e de repente eu estava vivendo num centro urbano bem intenso como Nova York, Milão, Munique, Paris. Viver na Europa mudou muito a minha forma de ver a vida.

ESTRELANDO - Tem alguma história curiosa sobre essa fase da sua vida?

Paulo Zulu - Uma história curiosa que eu tenho sobre essa fase da minha vida, é que eu estava acostumado a estar todo dia em contato com o mar, praia, esporte e de repente eu me vi num centro urbano vivendo o fashion. Foi bem diferente pra mim no início, em questão de adaptação, pois são mundo completamente diferentes, um você vive com introspecção, com harmonia, delicadeza e a tranquilidade de fazer parte do todo, preservar o meio ambiente que é o mar, eu não comia carne então eu tinha esse usufruto de ter o meu alimento do mar de uma forma consciente. E de repente eu me via trabalhando como modelos, vivendo em grandes centros, sem acesso ao mar, sem acesso à praia, vivendo outras realidades em que as pessoas são mais vaidosas, se cuidam mais, precisam aparecer mais. Então foi bem contrastante pra mim, mas no final das contas deu tudo certo. História interessante seria até a incompatibilidade às vezes de formas de ver a vida, muita gente se predispõe a qualquer coisa pra se dar bem sobre qualquer motivo. Quando virei modelo eu já tinha uma certa idade, com 28 anos, e eu tinha princípios básicos como ser humano, que pra mim valiam mais que qualquer situação, qualquer proposta ou qualquer oferta, então às vezes ficava engraçado certas coisas que eu escutava, mas no final todo mundo ficou feliz.

ESTRELANDO -  Você já apresentou o reality show The Amazing Race, no canal Space e também participou do Dança dos Famosos. Tem vontade de apresentar outro reality? Se sim, qual? E você participaria de algum também?

Paulo Zulu - Pra mim foi uma honra enorme ter sido convidado para ser apresentador do The Amazing Race, uma equipe fantástica, maravilhosa, pessoas super profissionais, a gente viajou muito pelo Brasil e países da América do Sul fazendo as gravações com pessoas que estavam ali se superando, e eu ficava acompanhado tentando fazer o melhor trabalho possível dentro da proposta da equipe, acho que eles gostaram, teve uma aceitação muito bacana. A Dança dos Famosos foi uma das situações mais delicadas e difíceis que eu passei porque eu não sou um bom dançarino, sempre tive uma certa timidez de me apresentar em público, por mais que como modelo eu fizesse o meu trabalho. Sou lutador de Jiu-Jitsu então me sentia um pouco mais duro, mais travado com relação a essa forma de se expressar em coreografias e danças, sou meio envergonhado com isso, então foi um desafio enorme pra mim, uma superação absurda, você se apresentar ao vivo, e os ensaios não eram muito intensos, eram de segunda a sábado uma hora e meia por dia, pra quem não sabe nada de dança não é o suficiente, tentei fazer o meu melhor, a gente tenta sempre fazer o possível pra se superar dos limites mais incríveis que pra alguns é fácil, pra mim o Jiu-Jitsu seria mais fácil e a dança mais difícil, cada um com seus obstáculos. E com relação a participar de um reality show, eu nunca participei, mas adoraria, se tivesse chance, de poder apresentar um novo reality show, eu acho bacana. Eu gosto de apresentação, porque eu sou um cara muito verdadeiro, eu não sou um personagem, eu sou um ser humano e sou exatamente assim, então eu gostaria, se tivesse a oportunidade, de apresentar um programa bem bacana, de ver as pessoas se superando, ver as realidades de uma forma diferenciada e valorizar os esforço de cada um, acho muito bacana.

ESTRELANDO -  Recentemente, você contou em entrevista para a Keila Jimenez, que sofreu um acidente doméstico e descobriu um coágulo na região do cérebro. Passar por uma situação assim fez você mudar atitudes na sua vida? O que você aprendeu com essa experiência que gostaria de passar para as pessoas?

Paulo Zulu - Essa última experiência que eu tive, eu não considero como acidente doméstico, considero como uma casualidade, eu estava num posto de gasolina calibrando o pneu e tinha um telhado de 1,70m mais ou menos, quando acabei de calibrar o pneu, enrolei a mangueira e quando levantei bati no telhado e cai no chão sentado, porque a pancada foi muito intensa. Não fiquei preocupado, pois não abriu a cabeça, fui pra casa botei gelo e no dia seguinte tinha um galo, botei gelo novamente e no terceiro dia o galo já tinha diminuído, não tinha dor de cabeça, não tive nada fique perfeito, continuei fazendo as coisas normais. Na época era verão, eu ia pra praia com meu filho, jogava futebol, corria, surfava, daí pintou uma viagem pro Rio de Janeiro, fui e fiz o que eu tinha que fazer e voltei num domingo à noite, na segunda feira fui novamente à praia com meu filho, na terça feira quando eu levantei de manhã pra ir ao banheiro, eu cai perto da cama, a minha sorte é que meu piso é de eucatex, não é de cerâmica. Caí entre dois móveis, fiquei apagado, minha namorada disse que eu fiquei um minuto sem respirar e sem batimentos cardíacos, ou seja, tive uma convulsão cerebral muito séria. Quando eu dei conta de mim eu estava no hospital e já eram seis da tarde, fiquei praticamente 12 horas fora do ar, acho que se eu não tivesse saúde, que a vida inteira eu quis manter para poder ter uma projeção a nível de futuro de idade, com saúde, dignidade, talvez eu não tivesse resistido, porque a cabeça teve um sangramento interno que apagou toda a parte elétrica, todos os comandos, e a partir disso eu fiz duas ressonâncias no hospital aqui de São José e depois fui pra Joinville e fiz duas tomografias, eles acharam que era um AVC, fiz outra ressonância e a moça viu que tinha tido um impacto em algum lugar e que aquilo gerou um sangramento que houve esse apagão e eu fiquei de molho, tomando remédio, me cuidando, enfim já tem quase cinquenta dias que isso aconteceu, hoje estou bem melhor, continuo tomando os remédios, tive com a médica há pouco tempo e ela disse que eu posso voltar às minhas atividades de uma forma racional, não tão intensa, porque continuo ainda com um pouco de coágulo no lóbulo frontal esquerdo que foi o lado que eu bati a cabeça, mas que a absorção está sendo muito boa, mas pra ter certeza do resultado demora uns seis meses. Então, realmente o que mudou em mim? Em função da pancada, em função do apagão certas coisas cerebrais ficam diferentes, eu conversei com a médica sobre isso, por exemplo, sempre que a gente vive o presente a gente lembra do passado, eu to sem lembranças do passado, não que eu não saiba que ele exista, eu sei que ele existe, se eu parar pra pensar eu vou me lembrar de um monte de coisa, mas não é uma lembrança constante, é uma lembrança vaga. Então existem certas situações que realmente mexeram com meu universo pessoal, mas cada dia que passa eu consigo me conectar mais a mim mesmo e em função disso, eu agradeço todo dia pela chance de estar aqui e poder continuar vivendo e, resolvi passar pras pessoas que às vezes numa casualidade doméstica ou na rua sem ser um acidente, a gente pode ter consequências seríssimas, então é muito importante, tudo relacionado à cabeça, se tiver chance vá no hospital, faça os exames, pra não passar pelo o que eu passei, mas eu tive sorte, soube de várias pessoas que não tiveram a mesma sorte e entraram em óbito. Sempre que eu passo por um momento que eu considero ruim, tento mostrar o lado que pode ser muito bom pra outras pessoas, e evitar certos detalhes negativos que eu poderia ter passado, mas consegui absorver, esse é o meu ponto de vista, tentar passar boas coisas sempre para o próximo.