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Publicada em 13/12/2021 às 15:22 | Atualizada em 13/12/2021 às 17:22

Tamaturgo Ferreira fala sobre novela O Cravo e a Rosa: Minha volta por cima

Ele também recordou o relacionamento com Malu Mader

Da Redação

Divulgação

Aos 65 anos de idade, Tamaturgo Ferreira participou de uma entrevista com a colunista Patrícia Kogut e falou sobre sua atuação na novela O Cravo e a Rosa, que foi um dos marcos na carreira dele, interpretando Januário. Antes do sucesso na novela, o ator passou por um período difícil após sair no meio da trama de Renascer.

Eu fui cancelado. Durou seis anos. Queriam que eu fizesse uma coisa mais rural, da Bahia. Eu tinha combinado com o diretor que meu personagem [José Venâncio] não teria sotaque nem falaria oxente e painho. Porque ele era um cara que tinha estudado fora, mais sofisticado, namorava uma hermafrodita. Eu não via sentido. 

Combinei com o diretor para não fazer. Só que esqueceram de combinar com os russos. Aí me picharam, disseram que eu fazia um papel muito afetado e sofisticado para aquela família. Fui sentindo uma resistência. Me expulsaram no capítulo 50 ou 60, não lembro. E, nessa hora, aparece todo mundo que não vai com a sua cara, para chutar cachorro morto. Então, o Januário foi minha volta por cima na Globo. Foi uma grande oportunidade de mostrar que eu também poderia fazer um papel não só do irreverente, blasé e debochado.

Ferreira explicou que ser expulso da novela impactou em outros trabalhos que ele fez.

Se te expulsam de uma novela, quando você faz outras, fica aquela sensação de que a qualquer momento podem te tirar. Demorou para passar isso. Nem sei se passou, sabia? Quando está todo mundo adorando, aí você se esquece disso. No momento em que me tiraram, eu nem me dei conta. Não dei muita atenção para isso. Só fui vendo como se refletiu na minha carreira anos depois. 

Nunca fui arrogante. Quem me conhece sabe que sou um doce de coco. Compenetrado e aplicado. Amo o que faço. Não fico me promovendo, dizendo que sou o ator do método, que estudo. Mostro isso no dia a dia. Embora tenha feito vários trabalhos em que me portei dessa maneira, fiquei com pinta de cafajeste, rebelde, sei lá o quê. Eu até poderia voltar atrás, mas não ia fazer sotaque num personagem que já estava no ar. Depois disso, minha carreira despencou, não tinha mais contrato longo. Aí fui para a Record [em 2006], fiquei lá nove anos.

Mas antes de sair da TV Globo, o artista deu a volta por cima com o personagem Januário.

Nem todas eu assisto, mas essa eu pretendo. Tem coisa que você vê e se sente datado. Alguns trabalhos têm alguma restrição, críticas... Mas O Cravo e a Rosa é magnífica, deslumbrante, coroada de êxitos e amor. Quando o Walter Avancini [diretor] convidava para um papel, você sabia que era padrão Avancini de qualidade. Acho que todo mundo que participou considera isso. É um clássico, uma novela que nunca vai ficar datada. É como uma obra de arte mesmo. O elenco foi muito bem escalado. Foi uma conjunção feliz de fatores.

Ainda em entrevista à colunista, Tamaturgo relembrou o relacionamento com, a também atriz, Malu Mader.

Nós sempre fomos discretos. Morávamos juntos, durou uns dois anos e meio. Quando começou Top model, as pessoas demoraram a perceber que estávamos separados. A imprensa era mais devagar, não era tão abrangente e instantânea como hoje. Lembro que, antes de ficar com a Malu, a novidade era o grande ator que estreou. Tudo a favor. Depois que fiquei com ela, começaram a falar que era muita areia para o meu caminhão. Começaram a me sacanear assim, era uma coisa de ciúme, porque eu estava com a deusa, a musa da TV brasileira. Era como um patrimônio, uma propriedade das pessoas: Só eu posso gostar da Malu. Senti que teve uma revoltinha.

O relacionamento dos dois iniciou em 1986. Ele tinha 30 anos de idade, enquanto Malu estava com 20 anos e possibilidade de ter filhos era algo que ambos não pensavam. Inclusive, ele mantém esse posicionamento até hoje.

Não me arrependo. Foi por causa da minha profissão, que é muito incerta. Sempre pensei: Imagina se tiver que fazer um papel ou um trabalho humilhante, uma coisa que vai machucar, porque tenho que pagar a escola do meu filho e dar comida?. Isso não combinava comigo, eu queria ser completamente livre.

A seguir, confira o antes e depois dos atores da novela O Cravo e a Rosa!


O que falar de Januário, o humilde caipira de O Cravo e a Rosa? Quem interpretou o rapaz foi Taumaturgo Ferreira, que se dedicou depois à tramas da Record, como José do Egito e Os Dez Mandamentos. Seus últimos trabalhos foram em 2018, em Ilha de Ferro, série da Globo, além de Galeria Futuro, filme de 2020.
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Tamaturgo Ferreira fala sobre novela <i>O Cravo e a Rosa</i>: <i>Minha volta por cima</i>

Tamaturgo Ferreira fala sobre novela O Cravo e a Rosa: Minha volta por cima

Ele também recordou o relacionamento com Malu Mader

13/Dez/2021

Da Redação

Aos 65 anos de idade, Tamaturgo Ferreira participou de uma entrevista com a colunista Patrícia Kogut e falou sobre sua atuação na novela O Cravo e a Rosa, que foi um dos marcos na carreira dele, interpretando Januário. Antes do sucesso na novela, o ator passou por um período difícil após sair no meio da trama de Renascer.

Eu fui cancelado. Durou seis anos. Queriam que eu fizesse uma coisa mais rural, da Bahia. Eu tinha combinado com o diretor que meu personagem [José Venâncio] não teria sotaque nem falaria oxente e painho. Porque ele era um cara que tinha estudado fora, mais sofisticado, namorava uma hermafrodita. Eu não via sentido. 

Combinei com o diretor para não fazer. Só que esqueceram de combinar com os russos. Aí me picharam, disseram que eu fazia um papel muito afetado e sofisticado para aquela família. Fui sentindo uma resistência. Me expulsaram no capítulo 50 ou 60, não lembro. E, nessa hora, aparece todo mundo que não vai com a sua cara, para chutar cachorro morto. Então, o Januário foi minha volta por cima na Globo. Foi uma grande oportunidade de mostrar que eu também poderia fazer um papel não só do irreverente, blasé e debochado.

Ferreira explicou que ser expulso da novela impactou em outros trabalhos que ele fez.

Se te expulsam de uma novela, quando você faz outras, fica aquela sensação de que a qualquer momento podem te tirar. Demorou para passar isso. Nem sei se passou, sabia? Quando está todo mundo adorando, aí você se esquece disso. No momento em que me tiraram, eu nem me dei conta. Não dei muita atenção para isso. Só fui vendo como se refletiu na minha carreira anos depois. 

Nunca fui arrogante. Quem me conhece sabe que sou um doce de coco. Compenetrado e aplicado. Amo o que faço. Não fico me promovendo, dizendo que sou o ator do método, que estudo. Mostro isso no dia a dia. Embora tenha feito vários trabalhos em que me portei dessa maneira, fiquei com pinta de cafajeste, rebelde, sei lá o quê. Eu até poderia voltar atrás, mas não ia fazer sotaque num personagem que já estava no ar. Depois disso, minha carreira despencou, não tinha mais contrato longo. Aí fui para a Record [em 2006], fiquei lá nove anos.

Mas antes de sair da TV Globo, o artista deu a volta por cima com o personagem Januário.

Nem todas eu assisto, mas essa eu pretendo. Tem coisa que você vê e se sente datado. Alguns trabalhos têm alguma restrição, críticas... Mas O Cravo e a Rosa é magnífica, deslumbrante, coroada de êxitos e amor. Quando o Walter Avancini [diretor] convidava para um papel, você sabia que era padrão Avancini de qualidade. Acho que todo mundo que participou considera isso. É um clássico, uma novela que nunca vai ficar datada. É como uma obra de arte mesmo. O elenco foi muito bem escalado. Foi uma conjunção feliz de fatores.

Ainda em entrevista à colunista, Tamaturgo relembrou o relacionamento com, a também atriz, Malu Mader.

Nós sempre fomos discretos. Morávamos juntos, durou uns dois anos e meio. Quando começou Top model, as pessoas demoraram a perceber que estávamos separados. A imprensa era mais devagar, não era tão abrangente e instantânea como hoje. Lembro que, antes de ficar com a Malu, a novidade era o grande ator que estreou. Tudo a favor. Depois que fiquei com ela, começaram a falar que era muita areia para o meu caminhão. Começaram a me sacanear assim, era uma coisa de ciúme, porque eu estava com a deusa, a musa da TV brasileira. Era como um patrimônio, uma propriedade das pessoas: Só eu posso gostar da Malu. Senti que teve uma revoltinha.

O relacionamento dos dois iniciou em 1986. Ele tinha 30 anos de idade, enquanto Malu estava com 20 anos e possibilidade de ter filhos era algo que ambos não pensavam. Inclusive, ele mantém esse posicionamento até hoje.

Não me arrependo. Foi por causa da minha profissão, que é muito incerta. Sempre pensei: Imagina se tiver que fazer um papel ou um trabalho humilhante, uma coisa que vai machucar, porque tenho que pagar a escola do meu filho e dar comida?. Isso não combinava comigo, eu queria ser completamente livre.

A seguir, confira o antes e depois dos atores da novela O Cravo e a Rosa!