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Publicada em 12/01/2024 às 01:00 | Atualizada em 11/01/2024 às 19:08

Após sucesso de Nosso Sonho, Junior Vieira sonha mais alto e festeja momento profissional

O multi-artista roteiriza filme de ação que está sendo produzido por Fernando Meireless para a HBO Max

Clara Rocha

Divulgação - Crédito: Roney Lucio

Com 36 anos de idade e mais de 20 de carreira, Junior Vieira festeja o momento profissional. Maranhense, o artista atua como roteirista, diretor, ator e muito mais. Em recentes projetos, participou da sétima temporada de Reis, da Record, e atuou como co-diretor, ao lado de Eduardo Albergaria, no longa de sucesso Nosso Sonho: a história de Claudinho e Buchecha, a maior bilheteria do cinema nacional de 2023.

Em entrevista concedida ao ESTRELANDO, o co-diretor da peça Abismo das Rosas, estrelada por Vitoria Strada, Emiliano Dávila e Isabel Fillardis, fala sobre seus mais recentes projetos, trabalhos em andamento e também reflete sobre suas conquistas profissionais após estar inserido há duas décadas no mercado artístico nacional.

- Feliz Ano Novo! Já com entrevista, isso é lindo. Já tenho boas novidades. Estreia o longa sobre Madame Durocher, a primeira parteira mulher do Brasil, onde tenho um personagem de destaque. Tem a estreia da 19ª temporada de DPA [Detetives do Prédio Azul], estreia da série Estranho Amor, da qual sou um dos protagonistas, estreia os longas Precisamos Falar Sobre Nossos Filhos e Cansei de Ser Nerd... Também começam as filmagens da série Passinho, que estou na parte técnica. Esse ano ainda começam as filmagens do longa Morro Junto, que sou um dos roteiristas e é produzido pelo indicado ao Oscar, Fernando Meirelles, compartilhou Junior Vieira.

Em seu currículo, ainda constam trabalhos como na novela Nos Tempos do Imperador, da TV Globo, e na série Tô de Graça, do Multishow. Nas plataformas de streaming, Junior Vieira aparece em Galera FC, da HBO Max, nas séries Impuros e O Jogo e no filme musical Maré, nossa história de amorna Prime VideoNo teatro, o ator também deu vida ao grande Martinho da Vila através do espetáculo musical que retrata sua vida. Como roteirista, foi um dos colaboradores da série A toca, presente no catálogo da Netflix.

Na lista de seus trabalhos mais recentes como ator está a novela Reis, onde pudemos ver Junior dar vida ao príncipe Kotar, dos Amonitas. Ao ser questionado sobre a importância do papel, o multi-artista compartilha seu sentimento de que a obra deva servir como um retrato de algumas ações que não devem ser repetidas na sociedade atual.

- O importante de dar vida a um príncipe, ainda mais nesse recorte histórico, é ver o quão poderoso e inteligente eram esses povos ancestrais. O senso de coletividade e liderança eram potentes e enriquecedores, mas as punições contra povos escravizados eram muito cruéis. É importante esse período ser retratado para que saibamos nossos privilégios e para que as atrocidades daquela época não aconteçam em nenhuma circunstância, afirmou o ator.

O sucesso de Nosso Sonho: a história de Claudinho e Buchecha

Como dito, Junior Vieira esteve presente na co-direção do maior sucesso de bilheteria nacional de 2023 - que, inclusive, acaba de chegar aos streamings. Sobre o filme biográfico que narra a vida e história do duo Claudinho e Buchecha, o artista reflete sobre o peso das conquistas de Nosso Sonho em um período onde boa parte do público tende a optar pelas plataformas pagas ao invés de estarem presentes nas salas de cinema.

- Foi de um orgulho imenso ver pessoas que até então nunca tinham ido ao cinema, fazerem questão de prestigiar o cinema nacional e uma obra tão deles! Fui ao cinema algumas vezes, com amigos e familiares, e ver as pessoas emocionadas, aplaudindo ao fim da sessão... foi mágico demais!, declarou Junior. Fomos o filme nacional mais visto do ano, isso é uma alegria. Porém, saber que nosso número passa dos meio milhão já demonstra uma questão sistêmica. Antigamente, o filme mais visto, batia dois, três milhões... então, estamos vendo formas de tentar pelo menos ter espaço de tela, apontou Junior Vieira.

Engajado, o co-diretor do longa-metragem já chegou a conceber e dirigir uma campanha que abriu a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) em 2022, realizada em Nova York, Estados Unidos. A chamada Quero Ser Feliz o levou a ser vencedor do prêmio de Melhor Web Publicidade no Festival Internacional Web Fest.

- Trabalhar nesse filme foi importante por questão de ser um filme negro, periférico, sobre jovens negros. Trouxe esse olhar e significados bem particulares pro elenco. E tudo surgiu por conta do meu primeiro trabalho: a campanha Quero Ser Feliz. A partir dela, Eduardo Albergaria, diretor principal e dono da Urca Filmes, me convidou para colaborar no roteiro. Anos após, surgiu o convite para ser diretor assistente e na sequência diretor de segunda unidade. Como éramos só nós dois, ficamos muito juntos e de uma forma harmônica entendendo os melhores caminhos pro filme! Aprendi muito neste set, afirmou ao finalizar.

Uma reflexão sobre o ramo artístico

É perceptível as diferentes facetas que Junior Vieira carrega. Em meio a tantos trabalhos em diferentes veículos, tanto na televisão, no cinema, nos streamings, quanto nas artes dramáticas do teatro, o artista se mostra como um verdadeiro talento. Questionamos o ator sobre seu processo de escolha, sobre quais projetos ele escolhe se envolver e, para ele, essas produções têm que ser verdadeiras.

- Sou bem ligado a projetos que tenham pautas ligadas a promoção de igualdade ou que falem de assuntos não cotidianos, que me façam me colocar à prova. Dinheiro é importante, mas ele não mede a relevância de um bom projeto pra mim. Recusei dirigir um excelente projeto de um grande streaming, pois o roteiro ia contra o que eu acreditava, contou Junior.

Durante a entrevista, o roteirista cita a magnitude do impacto que a obra Cidade de Deus - um dos filmes brasileiros mais reconhecidos mundo afora - em sua escolha ao optar por viver da arte.

- Sou mais do cinema do que dos palcos. Por mais que eles sejam o meu alicerce, mas não estou na TV aberta, não por falta de vontade, mas por falta de oportunidades mesmo. E, por isso, que eu tenho criado minhas oportunidades como roteirista e diretor. Sempre admirei muito cinema e TV, e após Cidade de Deus, vi de fato que eu poderia viver de arte, pois tinham meus semelhantes ali, naquela grande tela falando sobre um universo que eu conhecia. Hoje eu estou trabalhando com o diretor do filme que me inspirou pra arte, declarou.

Pensando em seus recentes projetos e conquistas, o diretor avalia sua trajetória com grandes altos e baixos, mas admite que, se não por elas, talvez não tivesse a força que possui atualmente. Resiliente, com períodos de depressão, amargura, sorrisos, choros e vitórias. Sobre seu maior orgulho, volta a citar sua campanha.

- Tenho muito orgulho da Quero Ser Feliz, que abriu as portas para mim do mercado de realizador. Um projeto coletivo que teve muito empenho de diferentes pessoas para que se realizasse e que mudou minha vida. [Ainda mais,] esse ano tenho série, filme, espetáculo, cinema, projetos como ator também. [Assim,] vou fixando cada vez mais meu nome como um dos jovens realizadores negros potentes do país!, afirmou ao finalizar.

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Após sucesso de <i>Nosso Sonho</i>, Junior Vieira sonha mais alto e festeja momento profissional

Após sucesso de Nosso Sonho, Junior Vieira sonha mais alto e festeja momento profissional

27/Abr/

Com 36 anos de idade e mais de 20 de carreira, Junior Vieira festeja o momento profissional. Maranhense, o artista atua como roteirista, diretor, ator e muito mais. Em recentes projetos, participou da sétima temporada de Reis, da Record, e atuou como co-diretor, ao lado de Eduardo Albergaria, no longa de sucesso Nosso Sonho: a história de Claudinho e Buchecha, a maior bilheteria do cinema nacional de 2023.

Em entrevista concedida ao ESTRELANDO, o co-diretor da peça Abismo das Rosas, estrelada por Vitoria Strada, Emiliano Dávila e Isabel Fillardis, fala sobre seus mais recentes projetos, trabalhos em andamento e também reflete sobre suas conquistas profissionais após estar inserido há duas décadas no mercado artístico nacional.

- Feliz Ano Novo! Já com entrevista, isso é lindo. Já tenho boas novidades. Estreia o longa sobre Madame Durocher, a primeira parteira mulher do Brasil, onde tenho um personagem de destaque. Tem a estreia da 19ª temporada de DPA [Detetives do Prédio Azul], estreia da série Estranho Amor, da qual sou um dos protagonistas, estreia os longas Precisamos Falar Sobre Nossos Filhos e Cansei de Ser Nerd... Também começam as filmagens da série Passinho, que estou na parte técnica. Esse ano ainda começam as filmagens do longa Morro Junto, que sou um dos roteiristas e é produzido pelo indicado ao Oscar, Fernando Meirelles, compartilhou Junior Vieira.

Em seu currículo, ainda constam trabalhos como na novela Nos Tempos do Imperador, da TV Globo, e na série Tô de Graça, do Multishow. Nas plataformas de streaming, Junior Vieira aparece em Galera FC, da HBO Max, nas séries Impuros e O Jogo e no filme musical Maré, nossa história de amorna Prime VideoNo teatro, o ator também deu vida ao grande Martinho da Vila através do espetáculo musical que retrata sua vida. Como roteirista, foi um dos colaboradores da série A toca, presente no catálogo da Netflix.

Na lista de seus trabalhos mais recentes como ator está a novela Reis, onde pudemos ver Junior dar vida ao príncipe Kotar, dos Amonitas. Ao ser questionado sobre a importância do papel, o multi-artista compartilha seu sentimento de que a obra deva servir como um retrato de algumas ações que não devem ser repetidas na sociedade atual.

- O importante de dar vida a um príncipe, ainda mais nesse recorte histórico, é ver o quão poderoso e inteligente eram esses povos ancestrais. O senso de coletividade e liderança eram potentes e enriquecedores, mas as punições contra povos escravizados eram muito cruéis. É importante esse período ser retratado para que saibamos nossos privilégios e para que as atrocidades daquela época não aconteçam em nenhuma circunstância, afirmou o ator.

O sucesso de Nosso Sonho: a história de Claudinho e Buchecha

Como dito, Junior Vieira esteve presente na co-direção do maior sucesso de bilheteria nacional de 2023 - que, inclusive, acaba de chegar aos streamings. Sobre o filme biográfico que narra a vida e história do duo Claudinho e Buchecha, o artista reflete sobre o peso das conquistas de Nosso Sonho em um período onde boa parte do público tende a optar pelas plataformas pagas ao invés de estarem presentes nas salas de cinema.

- Foi de um orgulho imenso ver pessoas que até então nunca tinham ido ao cinema, fazerem questão de prestigiar o cinema nacional e uma obra tão deles! Fui ao cinema algumas vezes, com amigos e familiares, e ver as pessoas emocionadas, aplaudindo ao fim da sessão... foi mágico demais!, declarou Junior. Fomos o filme nacional mais visto do ano, isso é uma alegria. Porém, saber que nosso número passa dos meio milhão já demonstra uma questão sistêmica. Antigamente, o filme mais visto, batia dois, três milhões... então, estamos vendo formas de tentar pelo menos ter espaço de tela, apontou Junior Vieira.

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Engajado, o co-diretor do longa-metragem já chegou a conceber e dirigir uma campanha que abriu a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) em 2022, realizada em Nova York, Estados Unidos. A chamada Quero Ser Feliz o levou a ser vencedor do prêmio de Melhor Web Publicidade no Festival Internacional Web Fest.

- Trabalhar nesse filme foi importante por questão de ser um filme negro, periférico, sobre jovens negros. Trouxe esse olhar e significados bem particulares pro elenco. E tudo surgiu por conta do meu primeiro trabalho: a campanha Quero Ser Feliz. A partir dela, Eduardo Albergaria, diretor principal e dono da Urca Filmes, me convidou para colaborar no roteiro. Anos após, surgiu o convite para ser diretor assistente e na sequência diretor de segunda unidade. Como éramos só nós dois, ficamos muito juntos e de uma forma harmônica entendendo os melhores caminhos pro filme! Aprendi muito neste set, afirmou ao finalizar.

Uma reflexão sobre o ramo artístico

É perceptível as diferentes facetas que Junior Vieira carrega. Em meio a tantos trabalhos em diferentes veículos, tanto na televisão, no cinema, nos streamings, quanto nas artes dramáticas do teatro, o artista se mostra como um verdadeiro talento. Questionamos o ator sobre seu processo de escolha, sobre quais projetos ele escolhe se envolver e, para ele, essas produções têm que ser verdadeiras.

- Sou bem ligado a projetos que tenham pautas ligadas a promoção de igualdade ou que falem de assuntos não cotidianos, que me façam me colocar à prova. Dinheiro é importante, mas ele não mede a relevância de um bom projeto pra mim. Recusei dirigir um excelente projeto de um grande streaming, pois o roteiro ia contra o que eu acreditava, contou Junior.

Durante a entrevista, o roteirista cita a magnitude do impacto que a obra Cidade de Deus - um dos filmes brasileiros mais reconhecidos mundo afora - em sua escolha ao optar por viver da arte.

- Sou mais do cinema do que dos palcos. Por mais que eles sejam o meu alicerce, mas não estou na TV aberta, não por falta de vontade, mas por falta de oportunidades mesmo. E, por isso, que eu tenho criado minhas oportunidades como roteirista e diretor. Sempre admirei muito cinema e TV, e após Cidade de Deus, vi de fato que eu poderia viver de arte, pois tinham meus semelhantes ali, naquela grande tela falando sobre um universo que eu conhecia. Hoje eu estou trabalhando com o diretor do filme que me inspirou pra arte, declarou.

Pensando em seus recentes projetos e conquistas, o diretor avalia sua trajetória com grandes altos e baixos, mas admite que, se não por elas, talvez não tivesse a força que possui atualmente. Resiliente, com períodos de depressão, amargura, sorrisos, choros e vitórias. Sobre seu maior orgulho, volta a citar sua campanha.

- Tenho muito orgulho da Quero Ser Feliz, que abriu as portas para mim do mercado de realizador. Um projeto coletivo que teve muito empenho de diferentes pessoas para que se realizasse e que mudou minha vida. [Ainda mais,] esse ano tenho série, filme, espetáculo, cinema, projetos como ator também. [Assim,] vou fixando cada vez mais meu nome como um dos jovens realizadores negros potentes do país!, afirmou ao finalizar.