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Publicada em 08/05/2025 às 13:20 | Atualizada em 08/05/2025 às 13:49

Padre Fábio de Melo relembra última conversa com a mãe por chamada de vídeo: Acho que ela sabia que não voltaria

A mãe do padre morreu durante de Covid-19, durante a pandemia

Da Redação

Divulgação

Padre Fábio de Melo foi o convidado especial do Mais Você, programa comandado por Ana Maria Braga na Rede Globo. Durante sua participação, ele se emocionou ao relembrar de sua mãe, que morreu de Covid-19 durante a pandemia. 

Sem poder acompanhar a mãe no hospital, o padre contou que a última conversa que teve com ela foi por uma chamada de vídeo, e ela parecia sentir que não voltaria mais:

- Quando colocou ela no vídeo, que ela me viu, esqueceu a dor dela. Ela quis me acalmar. Eu vi que ela ficava ofegante fingindo que não estava. Eu falei mãe, a senhora vai dormir um pouquinho que a senhora está muito cansada, e acho que ela sabia que não voltaria. Ela disse assim, sim, eu estou muito cansada, Fabinho, mas daqui a pouco eu estou de volta. E essa foi a última vez. Depois eu recebi um corpo lacrado, relembrou.

Em outro momento, ele falou sobre a depressão e em que momento descobriu a doença:

- A personalidade não é uma doença, personalidade é uma riqueza. A dimensão melancólica sombria me tornou escritor, me tornou compositor. Acho que boa parte do que atrai as pessoas no que eu faço vem da dimensão sombria da minha personalidade, que está muito ligada a minha forma de ver o mundo e as pessoas. Mas um determinado momento eu descobri que aquilo era doença, que era quando retirava minha vontade de viver.

E continuou, falando sobre a rapidez da vida:

- Às vezes eu acho que a gente não vive as coisas como a gente precisa viver. A gente não sofre o tanto que tem que sofrer. A gente vai vivendo como se a vida não nos permitisse a oportunidade de viver até o fim daquela situação. Acho que a gente não tem tempo para o luto, a gente não tem tempo para o fim de um relacionamento, a gente não tem tempo porque nós nos condicionamos a uma pressa para a qual a nossa alma não está preparada.

No final, ele contou como está sua vida atualmente:

- Hoje estou bem, graças a Deus. [...] Fui um menino muito triste, melancólico, às vezes sombrio e era um traço da minha personalidade com o qual eu convivi durante muito tempo até perceber que tinha nome, que existe um linear.

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Padre Fábio de Melo relembra última conversa com a mãe por chamada de vídeo: <I>Acho que ela sabia que não voltaria</i>

Padre Fábio de Melo relembra última conversa com a mãe por chamada de vídeo: Acho que ela sabia que não voltaria

08/Mai/

Padre Fábio de Melo foi o convidado especial do Mais Você, programa comandado por Ana Maria Braga na Rede Globo. Durante sua participação, ele se emocionou ao relembrar de sua mãe, que morreu de Covid-19 durante a pandemia. 

Sem poder acompanhar a mãe no hospital, o padre contou que a última conversa que teve com ela foi por uma chamada de vídeo, e ela parecia sentir que não voltaria mais:

- Quando colocou ela no vídeo, que ela me viu, esqueceu a dor dela. Ela quis me acalmar. Eu vi que ela ficava ofegante fingindo que não estava. Eu falei mãe, a senhora vai dormir um pouquinho que a senhora está muito cansada, e acho que ela sabia que não voltaria. Ela disse assim, sim, eu estou muito cansada, Fabinho, mas daqui a pouco eu estou de volta. E essa foi a última vez. Depois eu recebi um corpo lacrado, relembrou.

Em outro momento, ele falou sobre a depressão e em que momento descobriu a doença:

- A personalidade não é uma doença, personalidade é uma riqueza. A dimensão melancólica sombria me tornou escritor, me tornou compositor. Acho que boa parte do que atrai as pessoas no que eu faço vem da dimensão sombria da minha personalidade, que está muito ligada a minha forma de ver o mundo e as pessoas. Mas um determinado momento eu descobri que aquilo era doença, que era quando retirava minha vontade de viver.

E continuou, falando sobre a rapidez da vida:

- Às vezes eu acho que a gente não vive as coisas como a gente precisa viver. A gente não sofre o tanto que tem que sofrer. A gente vai vivendo como se a vida não nos permitisse a oportunidade de viver até o fim daquela situação. Acho que a gente não tem tempo para o luto, a gente não tem tempo para o fim de um relacionamento, a gente não tem tempo porque nós nos condicionamos a uma pressa para a qual a nossa alma não está preparada.

No final, ele contou como está sua vida atualmente:

- Hoje estou bem, graças a Deus. [...] Fui um menino muito triste, melancólico, às vezes sombrio e era um traço da minha personalidade com o qual eu convivi durante muito tempo até perceber que tinha nome, que existe um linear.