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Publicada em 12/08/2025 às 00:00 | Atualizada em 11/08/2025 às 13:36

Ludmila Dayer reflete sobre estreia como atriz aos 10 anos de idade em Carlota Joaquina, Princesa do Brazil: - Nunca esqueci as falas

O filme retorna aos cinemas para celebrar três décadas do lançamento

Bárbara More

Montagem-Divulgação

Ludmila Dayer tinha apenas 10 anos de idade quando fez a sua estreia como atriz, interpretando duas personagens no filme Carlota Joaquina, Princesa do Brazil, lançado em 1995. Celebrando três décadas do lançamento do longa-metragem, a atriz relembrou o início da carreira durante coletiva de imprensa, da qual o ESTRELANDO participou. A produção volta a ser oficialmente reexibida nos cinemas a partir da próxima quinta-feira, dia 14. 

Ao lado do elenco, a artista descreve como o trabalho foi extremamente marcante em sua vida, ao ponto de ser o único do qual ainda se lembra das falas. Para viver a versão jovem da princesa de origem espanhola e também a menina inglesa, ela passou por uma intensa preparação em dois idiomas: 

- É engraçado que eu nunca esqueci as falas do filme. Nenhum personagem meu lembro as falas, mas o Carlote eu nunca esqueci, porque foram dois meses de aula particular intensa de inglês e espanhol para aprender as falas do filme, o sotaque.

Ludmila relembra que nunca tinha pensado em ser atriz e que estava realizando aulas de dança quando foi chamada para integrar o elenco da produção. 

- Foi muito doido, eu tinha 10 anos. Nunca pensei na minha vida em ser atriz. Eu fazia balé e dança espanhola. Estava na minha aula de dança espanhola, que quem dava era uma freira, e me lembro que ela anunciou que a produtora de um filme ia lá. Era a Bianca.

A diretora Carla Camurati explica que já tinha outra menina escalada, com quem já estava realizando o processo de preparação e leitura do texto. Porém, o pai dela acabou desistindo da ideia por conta de uma cena específica: 

- A gente já tinha uma menina par fazer, que estava ótima, era loirinha, dançava bem a dança espanhola, estávamos felizes com ela e comecei a ensaiar com a menina. Bianca estava dentro do escritório vendo as coisas para a filmagem e eu ensaiando a sala com a menina e o pai dela. Li a primeira cena com ela, foi ótima, e falei: Agora vamos pegar a cena do peniquinho. Na hora, o pai se levantou e falou: O quê? Minha filha num penico? Eu não sabia disso. Desculpe, houve algum engano, minha filha não via. Ele levantou da cadeira, que estava sentado na mesa, pegou a menina. 

A cineasta revela que ficou tão nervosa na hora em que o homem foi embora com a filha, que não conseguia argumentar, pois teve uma crise de riso. Depois, teve que informar a produtora Bianca de Felippes que teriam que partir em busca de uma nova atriz mirim. 

- Eu estava tão nervosa na hora que eu ia. Sabe quando te dá aquele descontrole? Eu não conseguia falar sério. O cara foi embora levando a menina, entrei e falei: Bianca, perdemos a nossa Carlotinha, o pai acabou de levar a menina embora só porque eu falei para ler a cena do penico. Ela falou para não me preocupar, que veria todas as aulas de espanhol e acharia nossa Carlotinha.

Bianca conta que a procura não foi fácil e que foi a diversos cursos de espanhol, escolas de dança espanhola e outros estabelecimentos. Foi assim que acabou sabendo de uma menina e decidiu ir visitá-la, mas quando chegou lá, seus olhos só conseguiam enxergar Ludmila, que era colega da candidata. 

- Eu fiquei sabendo que tinha uma freira que dava aula de dança espanhola no Flamengo e tinha uma menina que era filho de espanhóis. Eu fui ver essa menina e não era a Ludmila, mas quando eu cheguei na sala para assistir e a Ludmila fez a aula inteira para mim. Eu nem sei como é que é a cara dessa outra menina, porque eu só olhava para a Ludmila. Eu fiquei completamente apaixonada pela Ludmila, cheguei para Carla e falei: Achei, é ela, já falei com a mãe, já marquei amanhã.

- Ela falava: Você não vai se decepcionar, confie em mim. E eu respondia: Eu confio em você, mas não vou aceitar, eu preciso ver a cara da menina. E ela: Não se preocupe, ela vai estar aqui amanhã ao meio-dia, você vai ver ela, já marquei com ela. A mãe achou que era um trote, conta Carla.

Com seus dez aninhos, Lud deu o melhor de si na apresentação, pensando que estaria ajudando a colega na oportunidade de trabalho.Porém, quem acabou ficando com o papel foi ela:

- Eu achei que eu estava sendo solidária, assim que eu li esse momento da minha vida. E a Bianca falou assim: Não, você foi lá e pegou o papel para você.

- Eu perguntava se ela nunca pensou em fazer teatro, nunca e ela dizia que não. A mãe já advogada, já vendo contrato... A Ludmilla ontem viu que ela arrasou, era ela, fazendo duas personagens. Foi tão difícil achar que a gente colocou uma menina para fazer as duas, a Carlotinha e a Iolanda, completou Bianca. 

Apesar de jovem, a atriz já tinha noção da responsabilidade que tinha ao participar de um longa-metragem com várias estrelas no elenco, incluindo Marieta Severo, Marco Nanini e Marcos Palmeira. 

- Mesmo nova e não contracenando diretamente com eles, sempre tive um senso de responsabilidade, de que eu estava trabalhando com os melhores do Brasil, da nossa arte e tinha que dar o meu melhor. Eu era muito exigente, me lembro direitinho desse senso de responsabilidade, para honrar a todos aqueles que faziam parte desse projeto.

Marcos, que fazia Dom Pedro I, aproveita para deixar um elogio:

- É incrível, sem experiência nenhuma, você viu o resultado? É brilhante que você faz, é um negócio que você já fazia teatro há muitos anos. Direção da Carla, né?

- A gente trabalhou muito, mas na realidade a Lud tinha também muita facilidade. E ela é muito obediente e dirigível, você pede, ela faz e ainda acrescenta. Ela não tinha problema nenhum. Exatamente porque nunca tinha feito nada, não se negava a se deixar moldar. Agora, queria muito ser maquiada, responde Carla. 


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Ludmila Dayer reflete sobre estreia como atriz aos 10 anos de idade em <i>Carlota Joaquina, Princesa do Brazil: - Nunca esqueci as falas</i>

Ludmila Dayer reflete sobre estreia como atriz aos 10 anos de idade em Carlota Joaquina, Princesa do Brazil: - Nunca esqueci as falas

12/Ago/

Ludmila Dayer tinha apenas 10 anos de idade quando fez a sua estreia como atriz, interpretando duas personagens no filme Carlota Joaquina, Princesa do Brazil, lançado em 1995. Celebrando três décadas do lançamento do longa-metragem, a atriz relembrou o início da carreira durante coletiva de imprensa, da qual o ESTRELANDO participou. A produção volta a ser oficialmente reexibida nos cinemas a partir da próxima quinta-feira, dia 14. 

Ao lado do elenco, a artista descreve como o trabalho foi extremamente marcante em sua vida, ao ponto de ser o único do qual ainda se lembra das falas. Para viver a versão jovem da princesa de origem espanhola e também a menina inglesa, ela passou por uma intensa preparação em dois idiomas: 

- É engraçado que eu nunca esqueci as falas do filme. Nenhum personagem meu lembro as falas, mas o Carlote eu nunca esqueci, porque foram dois meses de aula particular intensa de inglês e espanhol para aprender as falas do filme, o sotaque.

Ludmila relembra que nunca tinha pensado em ser atriz e que estava realizando aulas de dança quando foi chamada para integrar o elenco da produção. 

- Foi muito doido, eu tinha 10 anos. Nunca pensei na minha vida em ser atriz. Eu fazia balé e dança espanhola. Estava na minha aula de dança espanhola, que quem dava era uma freira, e me lembro que ela anunciou que a produtora de um filme ia lá. Era a Bianca.

A diretora Carla Camurati explica que já tinha outra menina escalada, com quem já estava realizando o processo de preparação e leitura do texto. Porém, o pai dela acabou desistindo da ideia por conta de uma cena específica: 

- A gente já tinha uma menina par fazer, que estava ótima, era loirinha, dançava bem a dança espanhola, estávamos felizes com ela e comecei a ensaiar com a menina. Bianca estava dentro do escritório vendo as coisas para a filmagem e eu ensaiando a sala com a menina e o pai dela. Li a primeira cena com ela, foi ótima, e falei: Agora vamos pegar a cena do peniquinho. Na hora, o pai se levantou e falou: O quê? Minha filha num penico? Eu não sabia disso. Desculpe, houve algum engano, minha filha não via. Ele levantou da cadeira, que estava sentado na mesa, pegou a menina. 

A cineasta revela que ficou tão nervosa na hora em que o homem foi embora com a filha, que não conseguia argumentar, pois teve uma crise de riso. Depois, teve que informar a produtora Bianca de Felippes que teriam que partir em busca de uma nova atriz mirim. 

- Eu estava tão nervosa na hora que eu ia. Sabe quando te dá aquele descontrole? Eu não conseguia falar sério. O cara foi embora levando a menina, entrei e falei: Bianca, perdemos a nossa Carlotinha, o pai acabou de levar a menina embora só porque eu falei para ler a cena do penico. Ela falou para não me preocupar, que veria todas as aulas de espanhol e acharia nossa Carlotinha.

Bianca conta que a procura não foi fácil e que foi a diversos cursos de espanhol, escolas de dança espanhola e outros estabelecimentos. Foi assim que acabou sabendo de uma menina e decidiu ir visitá-la, mas quando chegou lá, seus olhos só conseguiam enxergar Ludmila, que era colega da candidata. 

- Eu fiquei sabendo que tinha uma freira que dava aula de dança espanhola no Flamengo e tinha uma menina que era filho de espanhóis. Eu fui ver essa menina e não era a Ludmila, mas quando eu cheguei na sala para assistir e a Ludmila fez a aula inteira para mim. Eu nem sei como é que é a cara dessa outra menina, porque eu só olhava para a Ludmila. Eu fiquei completamente apaixonada pela Ludmila, cheguei para Carla e falei: Achei, é ela, já falei com a mãe, já marquei amanhã.

- Ela falava: Você não vai se decepcionar, confie em mim. E eu respondia: Eu confio em você, mas não vou aceitar, eu preciso ver a cara da menina. E ela: Não se preocupe, ela vai estar aqui amanhã ao meio-dia, você vai ver ela, já marquei com ela. A mãe achou que era um trote, conta Carla.

Com seus dez aninhos, Lud deu o melhor de si na apresentação, pensando que estaria ajudando a colega na oportunidade de trabalho.Porém, quem acabou ficando com o papel foi ela:

- Eu achei que eu estava sendo solidária, assim que eu li esse momento da minha vida. E a Bianca falou assim: Não, você foi lá e pegou o papel para você.

- Eu perguntava se ela nunca pensou em fazer teatro, nunca e ela dizia que não. A mãe já advogada, já vendo contrato... A Ludmilla ontem viu que ela arrasou, era ela, fazendo duas personagens. Foi tão difícil achar que a gente colocou uma menina para fazer as duas, a Carlotinha e a Iolanda, completou Bianca. 

Apesar de jovem, a atriz já tinha noção da responsabilidade que tinha ao participar de um longa-metragem com várias estrelas no elenco, incluindo Marieta Severo, Marco Nanini e Marcos Palmeira. 

- Mesmo nova e não contracenando diretamente com eles, sempre tive um senso de responsabilidade, de que eu estava trabalhando com os melhores do Brasil, da nossa arte e tinha que dar o meu melhor. Eu era muito exigente, me lembro direitinho desse senso de responsabilidade, para honrar a todos aqueles que faziam parte desse projeto.

Marcos, que fazia Dom Pedro I, aproveita para deixar um elogio:

- É incrível, sem experiência nenhuma, você viu o resultado? É brilhante que você faz, é um negócio que você já fazia teatro há muitos anos. Direção da Carla, né?

- A gente trabalhou muito, mas na realidade a Lud tinha também muita facilidade. E ela é muito obediente e dirigível, você pede, ela faz e ainda acrescenta. Ela não tinha problema nenhum. Exatamente porque nunca tinha feito nada, não se negava a se deixar moldar. Agora, queria muito ser maquiada, responde Carla.