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Publicada em 24/09/2025 às 00:00 | Atualizada em 23/09/2025 às 13:40

Bel Lima reflete sobre primeiro papel em novela e revela como é contracenar com Tony Ramos em Dona de Mim

A atriz concedeu uma entrevista exclusiva ESTRELANDO

Bárbara More

Divulgação-TV Globo

Bel Lima está no ar no horário das sete da TV Globo como a Aysha, de Dona de Mim, que é a primeira novela de sua carreira. A personagem é filha de Abel [papel de Tony Ramos], vive um relacionamento homoafetivo e conta com o apoio da família sobre sua sexualidade. Na trama, ela realiza o sonho de ser mãe através da inseminação artificial. 

Em entrevista exclusiva ao ESTRELANDO, a atriz portuguesa celebra a estreia em uma trama aberta, fala sobre a importância da representatividade que sua personagem traz, reflete sobre a carreira e compartilha sobre sua visão sobre a maternidade. A artista começa celebrando a honra que é dividir cena com Tony Ramos e destaca como possui uma admiração enorme pelo ator veterano: 

- Seu Tony não é uma unanimidade absoluta à toa. Já admirava de longa data o trabalho dele, e agora o admiro pessoalmente. Ele se tornou minha maior referência como conduta, profissionalismo, educação e generosidade no trabalho. Acho que o que mais me surpreendeu foi a troca dele em cena. A importância da generosidade com os parceiros de cena é algo que aprendemos desde cedo em aulas de interpretação, mas a ficha cai diferente ao estar ali presenciando ao vivo de fato uma aula com Seu Tony Ramos.

Amando cada segundo e curtindo todo o processo de fazer parte de um folhetim, ela destaca o que mais tem a encantado na nova fase de sua carreira:

- Tô completamente apaixonada pelo processo de fazer uma obra aberta. A construção da personagem é muito diferente porque você realmente não sabe o que está por vir até receber o próximo bloco de capítulos. Esse desconhecido é muito enriquecedor porque te obriga a entender e a trabalhar com os dilemas da personagem no presente. Tudo pode acontecer e você tem que estar aberto a isso. Tá sendo um processo maravilhoso de muitas descobertas e desafios!

Bel despontou com o teatro musical e seu primeiro papel nas telinhas foi na série Vicky e a Musa, da Globoplay. No bate-papo, a artista avalia como está sendo ter experiência com uma obra aberta e destaca como está animada com os aprendizados e desafios. 

- Vicky e a Musa é um trabalho que guardo no coração pra sempre! Foi meu primeiro contato com audiovisual. Mesmo tudo sendo uma grande novidade, eu ainda encontrava nele momentos na minha zona de conforto por ter uma linguagem musical e ser uma obra fechada, dois formatos já conhecidos. Agora na novela, o ritmo das gravações é mais intenso, o que traz novos desafios e aprendizados. Tô ativando novas maneiras e soluções ao encarar uma cena e, por mais que seja desafiador, é um mega aprendizado. Acredito de verdade que posso acabar o processo da novela sendo uma atriz mais ágil, confiante e entregue do que era.

A entra na trama da Dona de Mim com um papel que traz a representatividade LGBTQIAPN+ para o horário das sete da emissora, com uma trajetória que conquista o público. Ao pensar na história de Aysha, ela escolhe qual é a sua cena favorita: 

- Poder ajudar a contar uma história com tanta representatividade como a da Ayla é um sonho. Falamos de relacionamentos estáveis e maternidade de personagens LGBTQIAPN+, além de trazer uma personagem com muita complexidade, que erra e acerta por melhores que sejam suas intenções. Minha cena favorita até agora foi a conversa que Ayla teve com seu pai Abel, contando a ele seu desejo de ser mãe e ele a acolhendo e incentivando. Acho que foi uma cena como é importante que as pessoas LGBTQIAPN+ tenham uma rede de apoio de pessoas compreensíveis e afetuosas e o poder que isso tem.

Em seguida, completa: 

- Eu adoro o fato da sexualidade da Ayla ser muito bem resolvida e isso não ser nenhum tipo de questão. O conflito dela tão em outros contextos e situações. Acho isso um avanço enorme e mostra outras camadas de uma personagem LGBTQIAPN+.

Questionada sobre qual foi o maior desafio em interpretar o papel e qual conselho para Asysha, ela responde: 

- Por mais que eu não concorde com a forma como Ayla lida com seus problemas, eu busco entender o porquê dela encará-los dessa forma. Sempre acho que o diálogo é a melhor solução pra tudo, mas Ayla foge incessantemente de dialogar, então procuro a fonte dela ter essa dificuldade. Entendo que a essência da personagem é sempre apaziguar, não se posicionar, estar em cima do muro e preferir omitir justamente pra fugir de algum tipo de conflito. Espero que ela entenda que ao fugir de conflitos, muitas vezes você passa por cima de você, o que vai resultar em conflito interno ainda maior.

Apesar de enfrentar momentos em que gostaria de dar um puxão de orelha na personagem, admira e valoriza a complexidade dela: 

- Acredito que personagens sem complexidade correm risco de ficarem chapados. Ninguém é uma coisa só. O personagem do Abel era um excelente empresário, tinha um coração bom, e ao mesmo era um pai muitas vezes ausente. Isso faz dele uma pessoa terrível? Muito pelo contrário! Só faz dele um ser humano. Com Ayla, uma personagem LGBTQIAPN+, não é diferente. Ela tem suas qualidades e seus defeitos e isso pra mim é a verdadeira representatividade, porque na vida real nós somos assim.

Uma das principais temáticas levantadas por ela na novela é a gravidez. Bel faz parte da comunidade LGBTQIAPN+ e vive um relacionamento com Bruna Pazinato, que também é atriz e cantora. Na vida real, a intérprete de Aysha conta que antes não tinha vontade de ser mãe, mas sua visão sobre a maternidade mudou nos últimos anos: 

- Eu não sentia um desejo de ser mãe. Eu sentia que pra cuidar de um ser humano, eu precisava saber cuidar 100% de mim primeiro. Depois, com o tempo, eu entendi que dificilmente a gente vai ter um momento na vida onde a gente se sentir preparada e estabelecida o suficiente. Com os anos, eu entendi maternidade é um vínculo de mão dupla. Ao mesmo tempo que você cuida e ensina, você se sente cuidada e aprende. E tudo que você acha que é ou que sabe, se reeorganiza e sua vida se transforma.

E finaliza refletindo sobre o poder de transformação dos artistas, que passam importantes mensagens através da arte: 

- Eu acredito fielmente que os artistas tem o poder de transformar as pessoas, e as pessoas tem o poder de transformar o mundo. Por mais que eu seja artista, essa ficha não caiu quando eu estava no palco, e sim na plateia. Já fui espectadora de diversas obras e senti que eu era uma pessoa antes e uma pessoa um pouco melhor depois. A arte é um reflexo da vida, do que ela é, do que ela poderia ser, do que ela foi. Entendemos um pouco mais sobre a vida, sobre a sociedade, sobre nós mesmo. Nos reencontramos. Adoro me transformar através de arte, tanto dentro de cena quanto fora dela.



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Bel Lima reflete sobre primeiro papel em novela e revela como é contracenar com Tony Ramos em <i>Dona de Mim</i>

Bel Lima reflete sobre primeiro papel em novela e revela como é contracenar com Tony Ramos em Dona de Mim

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Bel Lima está no ar no horário das sete da TV Globo como a Aysha, de Dona de Mim, que é a primeira novela de sua carreira. A personagem é filha de Abel [papel de Tony Ramos], vive um relacionamento homoafetivo e conta com o apoio da família sobre sua sexualidade. Na trama, ela realiza o sonho de ser mãe através da inseminação artificial. 

Em entrevista exclusiva ao ESTRELANDO, a atriz portuguesa celebra a estreia em uma trama aberta, fala sobre a importância da representatividade que sua personagem traz, reflete sobre a carreira e compartilha sobre sua visão sobre a maternidade. A artista começa celebrando a honra que é dividir cena com Tony Ramos e destaca como possui uma admiração enorme pelo ator veterano: 

- Seu Tony não é uma unanimidade absoluta à toa. Já admirava de longa data o trabalho dele, e agora o admiro pessoalmente. Ele se tornou minha maior referência como conduta, profissionalismo, educação e generosidade no trabalho. Acho que o que mais me surpreendeu foi a troca dele em cena. A importância da generosidade com os parceiros de cena é algo que aprendemos desde cedo em aulas de interpretação, mas a ficha cai diferente ao estar ali presenciando ao vivo de fato uma aula com Seu Tony Ramos.

Amando cada segundo e curtindo todo o processo de fazer parte de um folhetim, ela destaca o que mais tem a encantado na nova fase de sua carreira:

- Tô completamente apaixonada pelo processo de fazer uma obra aberta. A construção da personagem é muito diferente porque você realmente não sabe o que está por vir até receber o próximo bloco de capítulos. Esse desconhecido é muito enriquecedor porque te obriga a entender e a trabalhar com os dilemas da personagem no presente. Tudo pode acontecer e você tem que estar aberto a isso. Tá sendo um processo maravilhoso de muitas descobertas e desafios!

Bel despontou com o teatro musical e seu primeiro papel nas telinhas foi na série Vicky e a Musa, da Globoplay. No bate-papo, a artista avalia como está sendo ter experiência com uma obra aberta e destaca como está animada com os aprendizados e desafios. 

- Vicky e a Musa é um trabalho que guardo no coração pra sempre! Foi meu primeiro contato com audiovisual. Mesmo tudo sendo uma grande novidade, eu ainda encontrava nele momentos na minha zona de conforto por ter uma linguagem musical e ser uma obra fechada, dois formatos já conhecidos. Agora na novela, o ritmo das gravações é mais intenso, o que traz novos desafios e aprendizados. Tô ativando novas maneiras e soluções ao encarar uma cena e, por mais que seja desafiador, é um mega aprendizado. Acredito de verdade que posso acabar o processo da novela sendo uma atriz mais ágil, confiante e entregue do que era.

A entra na trama da Dona de Mim com um papel que traz a representatividade LGBTQIAPN+ para o horário das sete da emissora, com uma trajetória que conquista o público. Ao pensar na história de Aysha, ela escolhe qual é a sua cena favorita: 

- Poder ajudar a contar uma história com tanta representatividade como a da Ayla é um sonho. Falamos de relacionamentos estáveis e maternidade de personagens LGBTQIAPN+, além de trazer uma personagem com muita complexidade, que erra e acerta por melhores que sejam suas intenções. Minha cena favorita até agora foi a conversa que Ayla teve com seu pai Abel, contando a ele seu desejo de ser mãe e ele a acolhendo e incentivando. Acho que foi uma cena como é importante que as pessoas LGBTQIAPN+ tenham uma rede de apoio de pessoas compreensíveis e afetuosas e o poder que isso tem.

Em seguida, completa: 

- Eu adoro o fato da sexualidade da Ayla ser muito bem resolvida e isso não ser nenhum tipo de questão. O conflito dela tão em outros contextos e situações. Acho isso um avanço enorme e mostra outras camadas de uma personagem LGBTQIAPN+.

Questionada sobre qual foi o maior desafio em interpretar o papel e qual conselho para Asysha, ela responde: 

- Por mais que eu não concorde com a forma como Ayla lida com seus problemas, eu busco entender o porquê dela encará-los dessa forma. Sempre acho que o diálogo é a melhor solução pra tudo, mas Ayla foge incessantemente de dialogar, então procuro a fonte dela ter essa dificuldade. Entendo que a essência da personagem é sempre apaziguar, não se posicionar, estar em cima do muro e preferir omitir justamente pra fugir de algum tipo de conflito. Espero que ela entenda que ao fugir de conflitos, muitas vezes você passa por cima de você, o que vai resultar em conflito interno ainda maior.

Apesar de enfrentar momentos em que gostaria de dar um puxão de orelha na personagem, admira e valoriza a complexidade dela: 

- Acredito que personagens sem complexidade correm risco de ficarem chapados. Ninguém é uma coisa só. O personagem do Abel era um excelente empresário, tinha um coração bom, e ao mesmo era um pai muitas vezes ausente. Isso faz dele uma pessoa terrível? Muito pelo contrário! Só faz dele um ser humano. Com Ayla, uma personagem LGBTQIAPN+, não é diferente. Ela tem suas qualidades e seus defeitos e isso pra mim é a verdadeira representatividade, porque na vida real nós somos assim.

Uma das principais temáticas levantadas por ela na novela é a gravidez. Bel faz parte da comunidade LGBTQIAPN+ e vive um relacionamento com Bruna Pazinato, que também é atriz e cantora. Na vida real, a intérprete de Aysha conta que antes não tinha vontade de ser mãe, mas sua visão sobre a maternidade mudou nos últimos anos: 

- Eu não sentia um desejo de ser mãe. Eu sentia que pra cuidar de um ser humano, eu precisava saber cuidar 100% de mim primeiro. Depois, com o tempo, eu entendi que dificilmente a gente vai ter um momento na vida onde a gente se sentir preparada e estabelecida o suficiente. Com os anos, eu entendi maternidade é um vínculo de mão dupla. Ao mesmo tempo que você cuida e ensina, você se sente cuidada e aprende. E tudo que você acha que é ou que sabe, se reeorganiza e sua vida se transforma.

E finaliza refletindo sobre o poder de transformação dos artistas, que passam importantes mensagens através da arte: 

- Eu acredito fielmente que os artistas tem o poder de transformar as pessoas, e as pessoas tem o poder de transformar o mundo. Por mais que eu seja artista, essa ficha não caiu quando eu estava no palco, e sim na plateia. Já fui espectadora de diversas obras e senti que eu era uma pessoa antes e uma pessoa um pouco melhor depois. A arte é um reflexo da vida, do que ela é, do que ela poderia ser, do que ela foi. Entendemos um pouco mais sobre a vida, sobre a sociedade, sobre nós mesmo. Nos reencontramos. Adoro me transformar através de arte, tanto dentro de cena quanto fora dela.