Cid Moreira nos deixou na manhã do dia 3 de outubro em decorrência de falência múltipla de órgãos. Uma das vozes mais icônicas da televisão brasileira, o jornalista, locutor e apresentador ficou marcado por seu tradicional Boa Noite no Jornal Nacional, cumprimento que ele repetiu cerca de oito mil vezes ao longo de 26 anos, conforme informa o Memória Globo. Relembre, a seguir, sua trajetória.

Filho do bibliotecário Isauro Moreira e da dona de casa Elza Moreira, ele era irmão do locutor Célio Moreira, que trabalhou na equipe inicial da Globo. Cid se formou em contabilidade em 1944 e no mesmo ano fez um teste de locução. Contratado, Cid Moreira atuou na narração de comerciais até 1949, quando se mudou para São Paulo e passou a trabalhar na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade. Em 1951, transferiu-se para o Rio de Janeiro e foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga, onde permaneceu até 1956. Nesse período, teve suas primeiras experiências em televisão, na TV Rio.

Em setembro de 1969, e o jovem apresentador estreou no Jornal Nacional, sendo seu primeiro apresentador. Na ocasião, dividiu a bancada do telejornal com Hilton Gomes. Dois anos depois, iniciou uma parceria com Sérgio Chapelin que se prolongou por mais de uma década. Ao longo de 26 anos, Cid Moreira ocupou diariamente a bancada, tornando-se um dos símbolos do telejornal. Em 1996, como consequência de uma reformulação do JN, os antigos apresentadores foram substituídos por jornalistas envolvidos na edição – William Bonner e Lillian Witte Fibe, na época. Posteriormente, no Jornal Nacional, dedicou-se exclusivamente à leitura de editoriais.

A partir de 1996, ele foi escalado para fazer as locuções de reportagens especiais do Fantástico, programa do qual participou, também, desde a estreia, revezando-se com outros apresentadores, como Sérgio Chapelin e Celso Freitas. Em 1999, ele narrou o quadro do ilusionista Mr. M, um dos grandes sucessos naquele ano. A voz do locutor ficou de tal forma associada ao quadro que, quando Mr. M esteve no Brasil, o próprio Cid Moreira o entrevistou. Paralelamente ao seu trabalho na Globo, Cid Moreira continuou narrando comerciais e, na década de 1990, dedicou-se à gravação de salmos bíblicos. Em 2011, cumpriu seu objetivo de gravar a Bíblia na íntegra.

Cid imortalizou alguns bordões, como o Boa Noite, no Jornal Nacional, e a voz de Mister M e a referencia à bola da Copa do Mundo Jabulani, que, em 2010, deixou de ser apenas o nome da bola oficial do Mundial da África do Sul e caiu na boca do povo.

Cid Moreira faleceu em 3 de outubro de 2024, aos 97 anos, no Rio de Janeiro, e a notícia foi confirmada pela mulher do locutor, Fatima Sampaio Moreira, ao vivo no programa Encontro, apresentado por Patrícia Poeta.