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Publicada em 23/03/2018 às 00:05 | Atualizada em 22/03/2018 às 19:46

José Padilha entrega o que você vai encontrar em O Mecanismo: - O herói da série é a história

A nova série da Netflix é uma criação do cineasta e de Elena Soarez - e conta a história da Lava Jato

Lygia Haydée

Divulgação

Sabe aquela máxima de que toda história tem um protagonista, que na maioria das vezes é um  herói? Ou então aquela certeza de que sempre é preciso ter o bonzinho e o mau da narrativa contada?  Em O Mecanismo, nova série da Netflix que estreia nesta sexta-feira, dia 23, não é bem isso que acontece. 

Retratando a Lava Jato, José Padilha e Elena Soarez armaram uma produção que traz como herói algo que não é comum ver em séries: a própria história. Em conversa com jornalistas no Rio de Janeiro durante coletiva de imprensa feita para apresentar a série, o cineasta explicou o porquê de essa trama não contar com um ou outro protagonista:

- Neste trabalho o herói da série é a história, não é a câmera, prefere deixar bem claro.

Isso porque nas suas produções anteriores - e de grande sucesso -, como Tropa de Elite, Narcos e Ônibus 174, sempre havia alguém que ganhava destaque e tomava para si o protagonismo do enredo. 

Com o seriado que agora está disponível no serviço de streaming é diferente: em cada momento, um personagem assume a liderança da história contada, mostrando as diversas facetas que a lavagem de dinheiro têm no país. 

É claro que Selton Mello, que dá vida ao Marco Ruffo, tem presença garantida nessa primeira temporada, que conta com reviravoltas surpreendentes. Mas isso não significa que seu personagem leva a trama sozinho nas costas. Caroline Abras, por exemplo, interpreta a policial Verena Cardoni, que também passa a ter grande importância para a produção com o passar dos episódios. 

Isso faz, também, com que nenhum caso seja levado a ferro e fogo dentro da trama, fato que é importante para Padilha, visto que estamos em ano eleitoral.

- Trago um ponto de vista que tira da mesa esse Fla-Flu ideológico no qual a gente vive. Repito cem milhões de vezes: para mim é uma besteira sem par essa discussão dos formadores de opinião. Porque os fatos são bem claros. Como vou defender qualquer um desses grupos? Só se eu for maluco , esclareceu o cineasta ao ser questionado sobre a possibilidade de a obra de ficção baseada em fatos reais ter alguma influência na hora do voto.

E não é só isso: ele ainda defende que as investigações continuem para que o desenrolar da história seja cada vez melhor:

- Uma coisa eu posso garantir: os políticos dos quais falamos vão assistir à essa primeira temporada em casa. Eu ainda não posso dizer se terá mais temporadas (apesar de já ser algo certo entre o elenco e a produção), mas, se tiver, eu não sei de onde eles vão ver.

História universal

A nova série será disponibilizada pela Netflix para 190 países. Isso causou estranheza para você, pensando que muitas pessoas podem não se identificar com a história regional contada por Padilha? Segundo ele, muitas delas, que acompanharam os trailers divulgados pela plataforma, já revelaram o oposto:

- Apesar de contar a história da corrupção no Brasil, muitos países também vivem essa situação. Principalmente naqueles da América Latina. Teve gente, até, que pediu para que nas futuras temporadas eu também conte o sistema de corrupção de seus países, revelou aos risos. 

Isso porque, como ele mesmo explica, o tal mecanismo que dá nome ao seriado é algo geral, ponto que até já foi comparado ao tal sistema que ele tanto critica em Tropa de Elite:

- Na verdade, o sistema é uma coisa localizada da política. Já o mecanismo é geral. A corrupção estrutura a política, e ela é enorme. Se você for pensar, o mecanismo é o responsável por todas as mazelas do nosso país. E ele não tem partido. Se manifesta tanto nos países de direita, quanto nos de esquerda.

E você, o que pensa dessa história que passa a ser contada agora? Ficou curioso para saber o que deve vir por aí? Confira, então, no ranking a baixo, os dez motivos selecionados pelo elenco da produção que devem fazer com que você assista ao seriado:


Olhe para essa foto. Tem um nome mais forte do que o outro, não? Pois esse elenco renomado está entre os motivos que devem fazer com que você assista à produção. Emilio Orciollo Netto falou sobre isso: - A qualidade dos profissionais envolvidos é fora de série. É uma equipe muito gabaritada. Tem um pessoal de cinema que está há muitos anos na estrada e que têm uma pegada que é um pé na porta. Maria Ribeiro, por exemplo, aparece pouco na primeira temporada, mas deve crescer na segunda, que ainda não foi anunciada oficialmente pela Netflix, mas já é tida como certa entre o elenco. Ela também falou ao ESTRELANDO sobre a obra: - Espero que as pessoas vejam uma série, sem associar nada político. Tem que ser apartidário. Senão é menos legal e diminui algo tão importante.A gente vê ali situações que estão tão naturalizadas e que você nem se dá conta.
  • Baseada em fatos reais
  • Feita para refletir
  • Fácil de entender
  • Sarcasmo
  • Parceria
  • Mais de um protagonista
  • Estudo e mais estudo
  • Personagens envolventes
  • Sentir-se representado
  • Elenco de peso

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José Padilha entrega o que você vai encontrar em <i>O Mecanismo</i>: - <i>O herói da série é a história</i>

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A nova série da Netflix é uma criação do cineasta e de Elena Soarez - e conta a história da Lava Jato

23/Mar/2018

Lygia Haydée

Sabe aquela máxima de que toda história tem um protagonista, que na maioria das vezes é um  herói? Ou então aquela certeza de que sempre é preciso ter o bonzinho e o mau da narrativa contada?  Em O Mecanismo, nova série da Netflix que estreia nesta sexta-feira, dia 23, não é bem isso que acontece. 

Retratando a Lava Jato, José Padilha e Elena Soarez armaram uma produção que traz como herói algo que não é comum ver em séries: a própria história. Em conversa com jornalistas no Rio de Janeiro durante coletiva de imprensa feita para apresentar a série, o cineasta explicou o porquê de essa trama não contar com um ou outro protagonista:

- Neste trabalho o herói da série é a história, não é a câmera, prefere deixar bem claro.

Isso porque nas suas produções anteriores - e de grande sucesso -, como Tropa de Elite, Narcos e Ônibus 174, sempre havia alguém que ganhava destaque e tomava para si o protagonismo do enredo. 

Com o seriado que agora está disponível no serviço de streaming é diferente: em cada momento, um personagem assume a liderança da história contada, mostrando as diversas facetas que a lavagem de dinheiro têm no país. 

É claro que Selton Mello, que dá vida ao Marco Ruffo, tem presença garantida nessa primeira temporada, que conta com reviravoltas surpreendentes. Mas isso não significa que seu personagem leva a trama sozinho nas costas. Caroline Abras, por exemplo, interpreta a policial Verena Cardoni, que também passa a ter grande importância para a produção com o passar dos episódios. 

Isso faz, também, com que nenhum caso seja levado a ferro e fogo dentro da trama, fato que é importante para Padilha, visto que estamos em ano eleitoral.

- Trago um ponto de vista que tira da mesa esse Fla-Flu ideológico no qual a gente vive. Repito cem milhões de vezes: para mim é uma besteira sem par essa discussão dos formadores de opinião. Porque os fatos são bem claros. Como vou defender qualquer um desses grupos? Só se eu for maluco , esclareceu o cineasta ao ser questionado sobre a possibilidade de a obra de ficção baseada em fatos reais ter alguma influência na hora do voto.

E não é só isso: ele ainda defende que as investigações continuem para que o desenrolar da história seja cada vez melhor:

- Uma coisa eu posso garantir: os políticos dos quais falamos vão assistir à essa primeira temporada em casa. Eu ainda não posso dizer se terá mais temporadas (apesar de já ser algo certo entre o elenco e a produção), mas, se tiver, eu não sei de onde eles vão ver.

História universal

A nova série será disponibilizada pela Netflix para 190 países. Isso causou estranheza para você, pensando que muitas pessoas podem não se identificar com a história regional contada por Padilha? Segundo ele, muitas delas, que acompanharam os trailers divulgados pela plataforma, já revelaram o oposto:

- Apesar de contar a história da corrupção no Brasil, muitos países também vivem essa situação. Principalmente naqueles da América Latina. Teve gente, até, que pediu para que nas futuras temporadas eu também conte o sistema de corrupção de seus países, revelou aos risos. 

Isso porque, como ele mesmo explica, o tal mecanismo que dá nome ao seriado é algo geral, ponto que até já foi comparado ao tal sistema que ele tanto critica em Tropa de Elite:

- Na verdade, o sistema é uma coisa localizada da política. Já o mecanismo é geral. A corrupção estrutura a política, e ela é enorme. Se você for pensar, o mecanismo é o responsável por todas as mazelas do nosso país. E ele não tem partido. Se manifesta tanto nos países de direita, quanto nos de esquerda.

E você, o que pensa dessa história que passa a ser contada agora? Ficou curioso para saber o que deve vir por aí? Confira, então, no ranking a baixo, os dez motivos selecionados pelo elenco da produção que devem fazer com que você assista ao seriado: