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Publicada em 26/04/2020 às 00:02 | Atualizada em 24/04/2020 às 18:39

Ao falar sobre Homens?, Lorena Comparato avalia: - É muito comum ver as mulheres apenas servindo de escada para personagens masculinos

Em entrevista ao ESTRELANDOO, a atriz ainda abriu o jogo sobre os temas abordados no seriado

Gabriela Gonçalves e Lygia Haydée

Divulgação

Lorena Comparato foi um dos grandes nomes da primeira temporada de Homens?, que traz discussões sobre machismo de uma forma bastante cômica e necessária para os dias de hoje. Vivendo uma profissional do sexo, ela tem cenas memoráveis com Fábio Porchat no seriado, ator principal da produção, assim como roteirista do projeto.

Com a estreia da segunda temporada da atração, Lorena continua aparecendo na série, com um pouco menos de destaque, mas com reflexões igualmente importantes. E em conversa com o ESTRELANDO, a atriz mostrou que essas reflexões não ficam apenas para quando está gravando, mas também em todos os momentos da produção e execução do seriado. 

Bacana, né? Então confira, a seguir, a entrevista exclusiva que fizemos com ela. 

ESTRELANDOEm Homens? você interpreta a prostituta terapeuta Tainá. Como foi a sua preparação para o papel?

Lorena Comparato - Minha preparação pra personagem começou lá na primeira temporada. Em todos os meus trabalhos eu gosto de fazer uma pesquisa intensa e preparação antes de começar as leituras e principalmente antes das filmagens. Para esse papel eu estudei muito, de várias formas diferentes. Após algumas leituras de livros de trabalhadoras do sexo e de alguns fóruns online, tive o prazer de ter como consultora uma trabalhadora do sexo que me ajudou MUITO a entender várias perspectivas e pensamentos que embasaram a Tainá. O Fábio Porchat também me acompanhou em uma casa de sexo no Rio de Janeiro pra gente conversar com as meninas e entender algumas dinâmicas e vivências dessa profissão. O engraçado foi que a maioria das casas não aceitavam mulheres, foi bem difícil conseguir uma que aceitasse. É bem machista esse mercado, infelizmente, pois no geral objetifica a mulher e não tem a versão para as mulheres de nada. Até colocamos isso no texto da série: não tem puteiro pra mulher.

ESTRELANDO - Como foi para você gravar uma série com grande parte do elenco masculino e abordando assuntos ligados aos homens? Sente que aprendeu algo? O quê?

Lorena Comparato - Foi muito bom ter gravado essa série. Sinto que aprendi muito, principalmente que temos muito a mudar e a fazer para ter um mundo mais equilibrado. Curto muito o fato do nome da série ter um ponto de interrogação, pois realmente ela tem um lugar de questionar os homens hoje em dia. O Fábio como roteirista chefe dá muito espaço para nós atores e atrizes dividirmos com ele e pensarmos juntos falas e ações que sejam coerentes com o momento que estamos vivendo e com os nosso posicionamentos pessoais, se fazem sentido para a série, claro. Então, mesmo sendo uma mulher, dentre vários homens, me senti bem. É claro que quando tive cenas com outras mulheres - e nessa segunda temporada que vi uma presença feminina maior na equipe -, me deu mais prazer. A gente sempre se divertiu muito e o fato da série ter um elenco de grande parte masculina e abordando assuntos masculinos, para os homens não só mantém a dinâmica machista do mercado, mas também alcança MUITA gente e passa adiante ensinamentos de uma forma não didática de como realmente as coisas mudaram. Acho a série universal.

ESTRELANDO - Na segunda temporada de Homens? temos mais mulheres no elenco. Com isso, a série passará a abordar também assuntos do universo feminino?

Lorena Comparato - O Fábio nunca escondeu que essa série é sobre o homens e acho isso ótimo. Infelizmente não necessariamente por ter mais mulheres, os assuntos são mais femininos. No nosso mercado é muito comum ver as mulheres apenas servindo de escada para personagens masculinos ou falando sobre homens em vez de terem conflitos próprios. Existem muitos temas nessa segunda temporada que ao meu ver são de ambos os sexos e não vejo muito como universo feminino, mas sim como universo humano, como aborto, traição, tabus sexuais e amor. Com o crescimento da personagem da Giselle Batista e a entrada da personagem da Lua as mulheres podem sim ter ganhado mais luz nessa temporada. Torço para uma terceira temporada, para Tainá voltar com tudo e para saber o que acontece, pois eu como espectadora quero MUITO saber o que vai acontecer com a personagem da maravilhosa Miá Mello. [Deixo aí um gostinho de quero mais, sem spoiler para quem ainda não viu a segunda que está disponível no Amazon Prime Video e passando no Comedy Central).

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Ao falar sobre Homens?, Lorena Comparato avalia: - É muito comum ver as mulheres apenas servindo de escada para personagens masculinos

27/Abr/

Lorena Comparato foi um dos grandes nomes da primeira temporada de Homens?, que traz discussões sobre machismo de uma forma bastante cômica e necessária para os dias de hoje. Vivendo uma profissional do sexo, ela tem cenas memoráveis com Fábio Porchat no seriado, ator principal da produção, assim como roteirista do projeto.

Com a estreia da segunda temporada da atração, Lorena continua aparecendo na série, com um pouco menos de destaque, mas com reflexões igualmente importantes. E em conversa com o ESTRELANDO, a atriz mostrou que essas reflexões não ficam apenas para quando está gravando, mas também em todos os momentos da produção e execução do seriado. 

Bacana, né? Então confira, a seguir, a entrevista exclusiva que fizemos com ela. 

ESTRELANDOEm Homens? você interpreta a prostituta terapeuta Tainá. Como foi a sua preparação para o papel?

Lorena Comparato - Minha preparação pra personagem começou lá na primeira temporada. Em todos os meus trabalhos eu gosto de fazer uma pesquisa intensa e preparação antes de começar as leituras e principalmente antes das filmagens. Para esse papel eu estudei muito, de várias formas diferentes. Após algumas leituras de livros de trabalhadoras do sexo e de alguns fóruns online, tive o prazer de ter como consultora uma trabalhadora do sexo que me ajudou MUITO a entender várias perspectivas e pensamentos que embasaram a Tainá. O Fábio Porchat também me acompanhou em uma casa de sexo no Rio de Janeiro pra gente conversar com as meninas e entender algumas dinâmicas e vivências dessa profissão. O engraçado foi que a maioria das casas não aceitavam mulheres, foi bem difícil conseguir uma que aceitasse. É bem machista esse mercado, infelizmente, pois no geral objetifica a mulher e não tem a versão para as mulheres de nada. Até colocamos isso no texto da série: não tem puteiro pra mulher.

ESTRELANDO - Como foi para você gravar uma série com grande parte do elenco masculino e abordando assuntos ligados aos homens? Sente que aprendeu algo? O quê?

Lorena Comparato - Foi muito bom ter gravado essa série. Sinto que aprendi muito, principalmente que temos muito a mudar e a fazer para ter um mundo mais equilibrado. Curto muito o fato do nome da série ter um ponto de interrogação, pois realmente ela tem um lugar de questionar os homens hoje em dia. O Fábio como roteirista chefe dá muito espaço para nós atores e atrizes dividirmos com ele e pensarmos juntos falas e ações que sejam coerentes com o momento que estamos vivendo e com os nosso posicionamentos pessoais, se fazem sentido para a série, claro. Então, mesmo sendo uma mulher, dentre vários homens, me senti bem. É claro que quando tive cenas com outras mulheres - e nessa segunda temporada que vi uma presença feminina maior na equipe -, me deu mais prazer. A gente sempre se divertiu muito e o fato da série ter um elenco de grande parte masculina e abordando assuntos masculinos, para os homens não só mantém a dinâmica machista do mercado, mas também alcança MUITA gente e passa adiante ensinamentos de uma forma não didática de como realmente as coisas mudaram. Acho a série universal.

ESTRELANDO - Na segunda temporada de Homens? temos mais mulheres no elenco. Com isso, a série passará a abordar também assuntos do universo feminino?

Lorena Comparato - O Fábio nunca escondeu que essa série é sobre o homens e acho isso ótimo. Infelizmente não necessariamente por ter mais mulheres, os assuntos são mais femininos. No nosso mercado é muito comum ver as mulheres apenas servindo de escada para personagens masculinos ou falando sobre homens em vez de terem conflitos próprios. Existem muitos temas nessa segunda temporada que ao meu ver são de ambos os sexos e não vejo muito como universo feminino, mas sim como universo humano, como aborto, traição, tabus sexuais e amor. Com o crescimento da personagem da Giselle Batista e a entrada da personagem da Lua as mulheres podem sim ter ganhado mais luz nessa temporada. Torço para uma terceira temporada, para Tainá voltar com tudo e para saber o que acontece, pois eu como espectadora quero MUITO saber o que vai acontecer com a personagem da maravilhosa Miá Mello. [Deixo aí um gostinho de quero mais, sem spoiler para quem ainda não viu a segunda que está disponível no Amazon Prime Video e passando no Comedy Central).