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Publicada em 15/09/2022 às 00:00 | Atualizada em 15/09/2022 às 09:25

Fabiana Karla estreia como uma sonhadora protagonista no filme Uma Pitada de Sorte: - Uma pessoa sem sonhos é esquisito

O filme estreia nos cinemas nesta quinta-feira, dia 15

Bárbara More

Divulgação - Fabio Bouzas

Nesta quinta-feira, dia 15, estreia nos cinemas o filme Uma Pitada de Sorte estrelado por Fabiana Karla. A comédia romântica dirigida por Pedro Antônio e produzida por Gláucia Camargos conta a história da carismática Pérola, que vive com a mãe e um irmão menor adotivo. Seu grande sonho é ser reconhecida como chef e enquanto seu desejo não se torna realidade, a moça trabalha como animadora de festas infantis e sous chef - o segundo no comando de uma cozinha - em um restaurante na Zona Sul do Rio. Tudo começa a mudar na vida de Pérola quando ela é aprovada num teste para ser auxiliar de um renomado chef em um programa de televisão.

O ESTRELANDO participou da coletiva de imprensa com a produção e os atores Ivan Espeche, Jandira Martini, JP Rufino e Mouhamed Harfouch - e vai te contar tudinho que rolou! Durante a conversa com os jornalistas, Gláucia revelou que a produção foi criada especialmente para Fabiana. O filme foi a primeira obra gravada por ela como protagonista, mas o segundo a ser lançado, pois estreia após Lucicreide Vai Pra Marte. A produtora ainda confessou que escalou Ivan sem que ninguém soubesse e já avisou que ela precisaria treinar suas habilidades no português.

- Esse filme tem uma história bonitinha, porque um dia eu vi a Fabiana Karla e falei: Quero fazer um filme para você. A história é ela e tinha que ser feita para ela. Fizemos um roteiro para ela, o que não é uma coisa muito comum no cinema. Outra coisa que eu gosto muito é que como eu fiz o filme Coisas Estranhas, co produção com a Argentina, o Ivan fez um papel e sabíamos que tinha um chefe estrangeiro. Sem ninguém saber, liguei para o Ivan em Buenos Aires e falei: Vai aprender a falar português que você vai filmar comigo.

E o argentino adicionou:

- Eu não falava nada, peguei um curso acelerado e aulas por uns dias. Depois, com muita ajuda de Pedro e sua irmã, foi ótimo.

Sobre o convite especial para ganhar um filme todinho seu, Fabiana declarou:

- Eu me sinto grata e honrada como artista de ter sido percebida a ponto de o processo ter sido inverso, porque uma coisa é quando você tem um roteiro e elege um artista de acordo com a necessidade. Mas ela tinha um desejo de trabalhar comigo e a gente criou algo ao redor, isso para mim é muito valioso. Eu tinha uma responsabilidade muito grande, tinha que dar certo.

Empenhados em produzir um excelente trabalho, Pedro chegou até a ir para Recife experimentar a culinária e conhecer pessoas. A intérprete de Pérola diz ter recebido muito suporte da produção. 

 – A gente se divertiu muito fazendo, eu só sei trabalhar assim. A gente foi muito feliz no set artisticamente falando, estava tudo ali me favorecendo. Eu tive aulas com o chef Esteban Govira, onde eu aprendi afazer tratamento, que é a beleza dos pratos. A produção me deu muito suporte para que eu estivesse ferramentada, eu assisti vários filmes para aprender a cortar e aprender a fazer as coisas de uma forma convincente.

E contou que o diretor dava espaço para que o elenco improvisasse nas cenas. 

- Eu acho que o Pedro dava esse espaço. A gente não se espalhava muito para ter respeito, mas ele era generoso e permitia essa troca. Só que, como era minha primeira protagonista e eu vinha de uma escola tipo Jorge Dória – trabalhei com ele no Zorra Total e tinha essa coisa de poder colocar um caco ou outro - eu acho que eu me esmerei para não fazer isso até porque o texto estava muito bom para mim. Só que às vezes eu era provocada por Pedro e Carla para soltar algumas que eu nem sabia que eram engraçadas e falava no dia a dia normal. Quando eu me irrito, eu tento segurar e me dizem que eu vou ficando engraçada naturalmente porque a minha irritabilidade vai para esse lugar. Quando eles percebiam que tinha alguma situação que podia render, começavam a me estimular para sair isso.

A personagem de Jandira é a encarnação de uma mulher completamente apaixonada por seu país e a cultura nacional. A atriz revelou que aceitou o papel por ter gostado da simplicidade da história e do roteiro. Durante a coletiva, Pedro revelou que a matriarca foi inspirada em seu pai, Paulo Thiago.

- Eu vou me emocionar. Meu pai foi Paulo Thiago. Na verdade, ele fez Policarpo Quaresma e meu pai é um exemplo de brasileiro, uma pessoa que ama o Brasil e é apaixonado pelas coisas do país, viveu um Brasil muito difícil da ditadura. O personagem da Jandira é o meu pai,a  pessoa que me dava Machado de Assis para ler, botava as cores nacionais, gostava do Brasil. É uma super homenagem para o meu pai, uma pessoa que me formou em todos os sentidos. Ele viu esse filme pronto, adorou e falava que é muito bom. Quando a origem da tua criatividade é de uma coisa verdadeira, é natural que fique bom. Sai de um lugar muito profundo, então você não inventa.

Ao falar sobre a sua sonhadora personagem, Fabiana ressaltou que há muitas Pérolas no Brasil, que precisam escolher entre perseguir seus sonhos ou ficar com a família. 

- A Pérola tem muito disso. Tem várias camadas esse filme, mas ela quer agradar todo mundo e tem uma frase que ela diz: Para a família a gente não diz não. Chega um momento em que você tem que escolher o que te faz feliz até para você reverberar isso para outras pessoas que ficam perto de você, inclusive sua família. Como eu fiz na minha vida, eu acho que fui uma Pérola na vida real nesse sentido. Eu tenho tido depoimentos já de pessoas ao meu redor que também foram Pérolas que romperam barreiras ou não foram valorizadas nos seus ambientes de trabalho ou que estavam tentando se descobrir e foram obrigadas a escolher entre a família e o seu sonho. Eu espero só que elas se libertem, porque é um aprisionamento isso. São dois amores, mas tem intensidades diferentes. Independentemente de ser mulher ou homem, as pessoas estão perdendo um pouco da capacidade de sonhar, o que eu acho uma pena e quero que as pessoas nunca parem de sonhar. Uma pessoa sem sonhos é esquisito.

Após ser questionado, Ivan compartilhou detalhes do processo de aprimorar seus conhecimentos linguísticos para poder interpretar o chefe no filme. 

– Foi uma batalha. Quando eu e a Glaucia falamos pela primeira vez, ela disse: Você tem que falar português, não pode ser portunhol. O processo foi bem difícil, mas muito bem acompanhado. A produção colocou uma coach para mim. Era difícil, porque eu queria fazer a mesma coisa que todos os meus parceiros de colocar a verdade. Para mim o desafio foi de: Como eu faço para contar esse argentino que está morando no Rio depois de tanto tempo? A língua é uma ferramenta chave muito importante, então eu não queria ficar preocupado pelas questões de sotaque, mas eu queria achar aquela coisa do charme do personagem. Para mim era muito importante que ele ficasse verdadeiro,só no final ele mostra uma outra coisa.

No longa-metragem, nos divertimos com as participações especiais do cantor Thiaguinho e o chefe Felipe Bronze, que Glaucia revelou como os escolheu para participar. 

- A questão do Felipe Bronze por exemplo, como era um programa de culinária, eu queria levar um chefe famoso. Que tivesse um reconhecimento nacional e que não fosse já um chefe meio gasto, eu queria alguém diferente. O Felipe foi uma gracinha, uma pessoa tão disponível. O Thiaguinho foi o mesmo e ele tem uma coisa muito curiosa que, evidentemente ele tem uma agenda muito complexa por ficar cantando pelo Brasil todo. No cinema, a gente tem um plano de filmagem e não pode mudar. Cada dia de filmagem custa muito caro. Não é que o Thiaguinho tinha livre o dia que a gente precisava que ele estivesse o filme? Eu acho uma coisa impressionante, se fosse no dia seguinte ele já não poderia.

Amigos de longa data, Mouhamed exaltou a parceria e sintonia que compartilha com Fabiana. 

- Eu sou um entusiasta da Fabiana. A vida apresenta para a gente irmãos e parceiros de vida, a minha sintonia com a Fabiana foi imediata desde a primeira vez que eu a vi em um processo teatral. A gente teve uma cumplicidade e eu acho que o nosso humor se combina. Quando ela falou desse personagem para mim, eu tinha a responsabilidade de retornar a ela a confiança e o carinho que ela sempre teve comigo, queria muito que esses personagens se complementassem.Eu acho que muito da amizade e do afeto do Lugão pela nossa Pérola eu tenho por ela.

A colega de trabalho encheu o ator de elogios e ressaltou a admiração que eles tem pelo trabalho um do outro. A cumplicidade da dupla vai além dos sets de gravação. Inclusive, ela foi ao casamento dele e viu os filhos do artista nascerem. 

Eu disse: Gente, esse personagem tem que ser do Mouhamed. A gente tinha outra opção antes. É claro que a Glaucia teve esse cuidado de ter feito testes, porque tem que dar match. Eu acho que o Mouhamed foi muito desejado nesse personagem porque quando eu li, eu vi os detalhes do que ele podia fazer sem deixar canastrão. Porque era um personagem muito difícil.

E Pedro adicionou que de início estava muito resistente em contratar Mouhamed, mas o ator conquistou seu coração.

– O Lugão foi o último personagem que a gente fechou. A gente não conseguia achar o Lugão de jeito nenhum, eu estava muito insatisfeito. Aí a Fabiana falou que ela tinha uma pessoa, não me contou nem quem era. Quando o Mouhamed chegou para fazer o teste, a minha primeira impressão foi de que não era ele. A Fabiana ficou: Não, e pera aí. Aí foi para outro teste e eu quero ser muito justo pelo seguinte: isso aí é um guerreiro. Ele realmente me conquistou. Eu estava muito resistente. Ele é muito talentoso, tenho muita vontade de estar com ele de novo. Ele é daquelas pessoas que você fala: Que presente!

Fabiana se emocionou ao falar sobre o talento, generosidade e persistência do amigo. 

– Estou em um momento muito sensível de alegria. Eu choro horrores, mas eu choro de alegria. [...] Eu tenho que falar uma coisa a respeito desse processo do Mouhamed, que eu acho que às vezes o ego do artista faz com que ele perca oportunidades lindas, porque quando o Mouhamed fez o primeiro teste, ele foi com o olho brilhando e quando chegou lá realmente não foi uma conquista imediata. Eu lembro que ele pegou a moto, foi para casa e quando chegou eu falei para ele ir de novo e ele voltou quase imediatamente. Eu acho que isso foi a pitada de sorte dele de ter voltado para o papel. Ele pegou o Pedro e a Glaucia pelo carisma e talento dele. Por mais que ele saiba que ele é um ótimo ator, ele se predispôs a cumprir os processos. A gente consegue muita gente que não consegue transitar no processo de ser avaliado.

Mouhamed finalizou com uma belíssima fala: 

- Muitas das minhas oportunidades vieram de coisas e personagens que às vezes as pessoas não acreditavam. Eu nunca desisti e não desisto, porque não existe papel pequeno e o que sempre a gente busca é uma história boa para contar. Quando eu li esse personagem eu tinha certeza disso,que eu tinha um filme muito bacana. Eu não queria contar esse detalhe que foi verdade, eu tive que conquistar o Pedro. Foi muito difícil nos primeiros momentos. Hoje em dia eu sou apaixonados por eles. Esse filme me apresentou pessoas maravilhosas e eu tenho um carinho muito grande por esse filme, que para mim é uma pitada de sorte na minha vida.

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Fabiana Karla estreia como uma sonhadora protagonista no filme <i>Uma Pitada de Sorte: - Uma pessoa sem sonhos é esquisito</i>

Fabiana Karla estreia como uma sonhadora protagonista no filme Uma Pitada de Sorte: - Uma pessoa sem sonhos é esquisito

06/Mai/

Nesta quinta-feira, dia 15, estreia nos cinemas o filme Uma Pitada de Sorte estrelado por Fabiana Karla. A comédia romântica dirigida por Pedro Antônio e produzida por Gláucia Camargos conta a história da carismática Pérola, que vive com a mãe e um irmão menor adotivo. Seu grande sonho é ser reconhecida como chef e enquanto seu desejo não se torna realidade, a moça trabalha como animadora de festas infantis e sous chef - o segundo no comando de uma cozinha - em um restaurante na Zona Sul do Rio. Tudo começa a mudar na vida de Pérola quando ela é aprovada num teste para ser auxiliar de um renomado chef em um programa de televisão.

O ESTRELANDO participou da coletiva de imprensa com a produção e os atores Ivan Espeche, Jandira Martini, JP Rufino e Mouhamed Harfouch - e vai te contar tudinho que rolou! Durante a conversa com os jornalistas, Gláucia revelou que a produção foi criada especialmente para Fabiana. O filme foi a primeira obra gravada por ela como protagonista, mas o segundo a ser lançado, pois estreia após Lucicreide Vai Pra Marte. A produtora ainda confessou que escalou Ivan sem que ninguém soubesse e já avisou que ela precisaria treinar suas habilidades no português.

- Esse filme tem uma história bonitinha, porque um dia eu vi a Fabiana Karla e falei: Quero fazer um filme para você. A história é ela e tinha que ser feita para ela. Fizemos um roteiro para ela, o que não é uma coisa muito comum no cinema. Outra coisa que eu gosto muito é que como eu fiz o filme Coisas Estranhas, co produção com a Argentina, o Ivan fez um papel e sabíamos que tinha um chefe estrangeiro. Sem ninguém saber, liguei para o Ivan em Buenos Aires e falei: Vai aprender a falar português que você vai filmar comigo.

E o argentino adicionou:

- Eu não falava nada, peguei um curso acelerado e aulas por uns dias. Depois, com muita ajuda de Pedro e sua irmã, foi ótimo.

Sobre o convite especial para ganhar um filme todinho seu, Fabiana declarou:

- Eu me sinto grata e honrada como artista de ter sido percebida a ponto de o processo ter sido inverso, porque uma coisa é quando você tem um roteiro e elege um artista de acordo com a necessidade. Mas ela tinha um desejo de trabalhar comigo e a gente criou algo ao redor, isso para mim é muito valioso. Eu tinha uma responsabilidade muito grande, tinha que dar certo.

Empenhados em produzir um excelente trabalho, Pedro chegou até a ir para Recife experimentar a culinária e conhecer pessoas. A intérprete de Pérola diz ter recebido muito suporte da produção. 

 – A gente se divertiu muito fazendo, eu só sei trabalhar assim. A gente foi muito feliz no set artisticamente falando, estava tudo ali me favorecendo. Eu tive aulas com o chef Esteban Govira, onde eu aprendi afazer tratamento, que é a beleza dos pratos. A produção me deu muito suporte para que eu estivesse ferramentada, eu assisti vários filmes para aprender a cortar e aprender a fazer as coisas de uma forma convincente.

E contou que o diretor dava espaço para que o elenco improvisasse nas cenas. 

- Eu acho que o Pedro dava esse espaço. A gente não se espalhava muito para ter respeito, mas ele era generoso e permitia essa troca. Só que, como era minha primeira protagonista e eu vinha de uma escola tipo Jorge Dória – trabalhei com ele no Zorra Total e tinha essa coisa de poder colocar um caco ou outro - eu acho que eu me esmerei para não fazer isso até porque o texto estava muito bom para mim. Só que às vezes eu era provocada por Pedro e Carla para soltar algumas que eu nem sabia que eram engraçadas e falava no dia a dia normal. Quando eu me irrito, eu tento segurar e me dizem que eu vou ficando engraçada naturalmente porque a minha irritabilidade vai para esse lugar. Quando eles percebiam que tinha alguma situação que podia render, começavam a me estimular para sair isso.

A personagem de Jandira é a encarnação de uma mulher completamente apaixonada por seu país e a cultura nacional. A atriz revelou que aceitou o papel por ter gostado da simplicidade da história e do roteiro. Durante a coletiva, Pedro revelou que a matriarca foi inspirada em seu pai, Paulo Thiago.

- Eu vou me emocionar. Meu pai foi Paulo Thiago. Na verdade, ele fez Policarpo Quaresma e meu pai é um exemplo de brasileiro, uma pessoa que ama o Brasil e é apaixonado pelas coisas do país, viveu um Brasil muito difícil da ditadura. O personagem da Jandira é o meu pai,a  pessoa que me dava Machado de Assis para ler, botava as cores nacionais, gostava do Brasil. É uma super homenagem para o meu pai, uma pessoa que me formou em todos os sentidos. Ele viu esse filme pronto, adorou e falava que é muito bom. Quando a origem da tua criatividade é de uma coisa verdadeira, é natural que fique bom. Sai de um lugar muito profundo, então você não inventa.

Ao falar sobre a sua sonhadora personagem, Fabiana ressaltou que há muitas Pérolas no Brasil, que precisam escolher entre perseguir seus sonhos ou ficar com a família. 

- A Pérola tem muito disso. Tem várias camadas esse filme, mas ela quer agradar todo mundo e tem uma frase que ela diz: Para a família a gente não diz não. Chega um momento em que você tem que escolher o que te faz feliz até para você reverberar isso para outras pessoas que ficam perto de você, inclusive sua família. Como eu fiz na minha vida, eu acho que fui uma Pérola na vida real nesse sentido. Eu tenho tido depoimentos já de pessoas ao meu redor que também foram Pérolas que romperam barreiras ou não foram valorizadas nos seus ambientes de trabalho ou que estavam tentando se descobrir e foram obrigadas a escolher entre a família e o seu sonho. Eu espero só que elas se libertem, porque é um aprisionamento isso. São dois amores, mas tem intensidades diferentes. Independentemente de ser mulher ou homem, as pessoas estão perdendo um pouco da capacidade de sonhar, o que eu acho uma pena e quero que as pessoas nunca parem de sonhar. Uma pessoa sem sonhos é esquisito.

Após ser questionado, Ivan compartilhou detalhes do processo de aprimorar seus conhecimentos linguísticos para poder interpretar o chefe no filme. 

– Foi uma batalha. Quando eu e a Glaucia falamos pela primeira vez, ela disse: Você tem que falar português, não pode ser portunhol. O processo foi bem difícil, mas muito bem acompanhado. A produção colocou uma coach para mim. Era difícil, porque eu queria fazer a mesma coisa que todos os meus parceiros de colocar a verdade. Para mim o desafio foi de: Como eu faço para contar esse argentino que está morando no Rio depois de tanto tempo? A língua é uma ferramenta chave muito importante, então eu não queria ficar preocupado pelas questões de sotaque, mas eu queria achar aquela coisa do charme do personagem. Para mim era muito importante que ele ficasse verdadeiro,só no final ele mostra uma outra coisa.

No longa-metragem, nos divertimos com as participações especiais do cantor Thiaguinho e o chefe Felipe Bronze, que Glaucia revelou como os escolheu para participar. 

- A questão do Felipe Bronze por exemplo, como era um programa de culinária, eu queria levar um chefe famoso. Que tivesse um reconhecimento nacional e que não fosse já um chefe meio gasto, eu queria alguém diferente. O Felipe foi uma gracinha, uma pessoa tão disponível. O Thiaguinho foi o mesmo e ele tem uma coisa muito curiosa que, evidentemente ele tem uma agenda muito complexa por ficar cantando pelo Brasil todo. No cinema, a gente tem um plano de filmagem e não pode mudar. Cada dia de filmagem custa muito caro. Não é que o Thiaguinho tinha livre o dia que a gente precisava que ele estivesse o filme? Eu acho uma coisa impressionante, se fosse no dia seguinte ele já não poderia.

Amigos de longa data, Mouhamed exaltou a parceria e sintonia que compartilha com Fabiana. 

- Eu sou um entusiasta da Fabiana. A vida apresenta para a gente irmãos e parceiros de vida, a minha sintonia com a Fabiana foi imediata desde a primeira vez que eu a vi em um processo teatral. A gente teve uma cumplicidade e eu acho que o nosso humor se combina. Quando ela falou desse personagem para mim, eu tinha a responsabilidade de retornar a ela a confiança e o carinho que ela sempre teve comigo, queria muito que esses personagens se complementassem.Eu acho que muito da amizade e do afeto do Lugão pela nossa Pérola eu tenho por ela.

A colega de trabalho encheu o ator de elogios e ressaltou a admiração que eles tem pelo trabalho um do outro. A cumplicidade da dupla vai além dos sets de gravação. Inclusive, ela foi ao casamento dele e viu os filhos do artista nascerem. 

Eu disse: Gente, esse personagem tem que ser do Mouhamed. A gente tinha outra opção antes. É claro que a Glaucia teve esse cuidado de ter feito testes, porque tem que dar match. Eu acho que o Mouhamed foi muito desejado nesse personagem porque quando eu li, eu vi os detalhes do que ele podia fazer sem deixar canastrão. Porque era um personagem muito difícil.

E Pedro adicionou que de início estava muito resistente em contratar Mouhamed, mas o ator conquistou seu coração.

– O Lugão foi o último personagem que a gente fechou. A gente não conseguia achar o Lugão de jeito nenhum, eu estava muito insatisfeito. Aí a Fabiana falou que ela tinha uma pessoa, não me contou nem quem era. Quando o Mouhamed chegou para fazer o teste, a minha primeira impressão foi de que não era ele. A Fabiana ficou: Não, e pera aí. Aí foi para outro teste e eu quero ser muito justo pelo seguinte: isso aí é um guerreiro. Ele realmente me conquistou. Eu estava muito resistente. Ele é muito talentoso, tenho muita vontade de estar com ele de novo. Ele é daquelas pessoas que você fala: Que presente!

Fabiana se emocionou ao falar sobre o talento, generosidade e persistência do amigo. 

– Estou em um momento muito sensível de alegria. Eu choro horrores, mas eu choro de alegria. [...] Eu tenho que falar uma coisa a respeito desse processo do Mouhamed, que eu acho que às vezes o ego do artista faz com que ele perca oportunidades lindas, porque quando o Mouhamed fez o primeiro teste, ele foi com o olho brilhando e quando chegou lá realmente não foi uma conquista imediata. Eu lembro que ele pegou a moto, foi para casa e quando chegou eu falei para ele ir de novo e ele voltou quase imediatamente. Eu acho que isso foi a pitada de sorte dele de ter voltado para o papel. Ele pegou o Pedro e a Glaucia pelo carisma e talento dele. Por mais que ele saiba que ele é um ótimo ator, ele se predispôs a cumprir os processos. A gente consegue muita gente que não consegue transitar no processo de ser avaliado.

Mouhamed finalizou com uma belíssima fala: 

- Muitas das minhas oportunidades vieram de coisas e personagens que às vezes as pessoas não acreditavam. Eu nunca desisti e não desisto, porque não existe papel pequeno e o que sempre a gente busca é uma história boa para contar. Quando eu li esse personagem eu tinha certeza disso,que eu tinha um filme muito bacana. Eu não queria contar esse detalhe que foi verdade, eu tive que conquistar o Pedro. Foi muito difícil nos primeiros momentos. Hoje em dia eu sou apaixonados por eles. Esse filme me apresentou pessoas maravilhosas e eu tenho um carinho muito grande por esse filme, que para mim é uma pitada de sorte na minha vida.