Dias Perfeitos estreou no Globoplay no dia 14 de agosto e já conquistou diversos telespectadores. A produção é uma adaptação do livro de Raphael Montes, que conta a história de Téo, um menino que se apaixona por Clarice e tenta conquistá-la, mas após não ter o amor correspondido, decide sequestrá-la e levá-la para um passeio pelas paisagens do Rio de Janeiro. No entanto, vem uma novidade por aí: o final não é o mesmo dos livros!

Em coletiva com o ESTRELANDO, a roteirista da série, Claudia Jouvin, comentou sobre a decisão de mudar como acabava a história. Um dos pontos foi a mudança de perspectiva da narrativa, que agora traz o ponto de vista da Clarice diante dos acontecimentos do livro. Visto isso, ela mencionou que precisou adicionar algumas coisas, principalmente para manter o entretenimento e a curiosidade dos telespectadores: 

- A gente tinha que expandir o universo, a gente tinha que expandir a Clarice, e eu acho que também, hoje em dia, a gente precisava já de uma Clarice com mais agência, uma Clarice que encarasse essas situações violentas com agência. Imagina, uma série de oito episódios, se você não tem nenhuma esperança de que alguém pode salvá-la ou ela pode ser salva, eu acho que não dá para matar oito episódios, então a gente tinha que fazer isso.

Mas fique tranquilo se você é fã dos livros, pois ela reforçou que se preocupou muito em manter a história e de criar um final que conversasse com o tom e universo do Raphael Montes:

- Minha preocupação também em ter um novo final, ele não podia ser um final só da minha cabeça, da Cláudia, porque é um livro icônico que tem fãs, o Rapha tem uma legião de fãs imensa. Eu escrevi pensando neles, e o Rapha, além de tudo, ele tem um universo muito rico. [...] Então o final tinha que ser um final que tivesse dentro desse tom do Raphael.

Claudia ainda contou que ela e o escritor tiveram muitas trocas durante a produção:

- Eu contei para ele o que eu estava pensando para o final, ele gostou, aprovou, e aí eu fiz. E a gente teve uma troca: toda vez que eu terminava um texto, eu passava para ele, ele era a primeira pessoa a ler. Lia o texto e aí me dizia o que ele achava. O Rapha foi muito generoso. O livro está lá, tudo está lá. Até o episódio sete, ele é o livro. E aí o oito é uma extensão, que aí é o final diferente que eu criei. Foi um processo delicioso, porque era isso, era trocar com um amigo sobre a obra dele. Eu não conseguiria adaptar esse livro se eu não pudesse trocar com o Rapha e estar com o Rapha durante esse processo. Ia ser muito maluco para mim.

Por fim, Raphael completou o que ela disse e destacou que são experiências complementares. Além disso, ele revelou que o final vai ser surpreendente: 

- Sobre o final, [...] eu acho interessante que as experiências sejam complementares. Eu não acho bom quando você lê um livro e vê um filme idêntico. A graça é que, justamente, você tem coisa que tem na série que não tem no livro, tem coisa que eu tenho que dizer que tem no livro e não foi para a série. Então são experiências complementares: ler o livro e ver a série. E você pode fazer na ordem que quiser - dá para ver a série e depois ler o livro, dá para ler o livro e depois ver a série. Eu acho que, em todas as hipóteses, você vai se surpreender.

E aí, o que você acha que vai acontecer?